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Identitarismo pró-Israel

Antissionismo não tem nada a ver com racismo

O jornal porta-voz do imperialismo Folha S. Paulo resolveu utilizar a carta do identitarismo para defender e buscar apoio ao sionismo

No último domingo (19), o jornal porta-voz do imperialismo Folha de S. Paulo resolveu utilizar a carta do identitarismo para defender e buscar apoio ao nazismo-sionista. A matéria intitulada “Discriminação contra judeus e contra negros é a mesma coisa, diz ex-ministra francesa” afirma que a “guerra Israel-Hamas” provocou uma onda de antissemitismo na França e em vários outros países. 

Antes de mais nada, vale destacar o papel que cumpre na imprensa golpista a autora da publicação: Fernanda Mena foi quem escreveu outro artigo, no dia 19 de novembro deste ano, intitulado “O anti-woke é a nova máscara para o racismo, diz presidente da Fundação Ford”. Esta matéria fazia propaganda da visita do negro gay da “Casa Grande”, Darren Walker, ao Brasil para encontrar as ministras identitárias Anielle Franco, da Igualdade Racial, Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, e também Ricardo Capelli, secretário da repressão de Flávio de Dino. 

A onda anti-woke teria passado a tratar pejorativamente o termo “woke” – que em inglês significa despertar e que no Brasil nos referimos como identitarismo – como sinônimo de politicamente correto ou a cultura do cancelamento, na qual surfariam medidas contra educação sobre gênero e diversidade nas escolas e restrições ao debate sobre racismo e sexualidade nas universidades. 

É interessante a utilização do termo “onda” para se referir aos movimentos de luta que combatem a política do imperialismo. Deve-se ter claro que não há tratamento pejorativo do termo woke, o identitarismo alimenta a histeria pelo cancelamento e pela repressão contra todos aqueles que não cedem às pressões pela adoção de suas teses sobre mudança de palavras, lugar de fala, apropriação cultural, representatividade e, em especial, aos que combatem a implantação dessa ideologia na Educação. 

Para os identitários todos os que não se curvam a sua política seriam racistas, homofóbicos, misóginos, entre outras classificações. Trata-se de uma política reacionária por considerar que um cidadão comum poderia oprimir o negro ou a mulher tanto quanto um capitalista, ou seja, a luta não deveria ser organizada contra uma classe dominante que mantém estes setores oprimidos através da questão econômica, mas da divisão da sociedade em racistas e não racistas, machistas e não machistas, homofóbicos e não homofóbicos e assim por diante.  

A principal arma de luta dos identitários é o Poder Judiciário, por meio do qual reivindicam dinheiro e prisão de seus supostos opressores, uma política clara de fortalecimento da repressão estatal, que é controlada pela burguesia e utilizada principalmente contra os negros. Portanto, nada tem a ver com as bandeiras históricas de luta dos setores oprimidos por emprego, salário, moradia e terra.  

Da mesma forma que buscou fazer uma propaganda positiva da Fundação Ford, uma organização ligada à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, em inglês), que é o maior inimigo da população negra e de todos oprimidos do planeta, a autora da matéria anuncia vinda de Élisabeth Moreno (ex-ministra francesa da Igualdade de Gênero, Diversidade e de Oportunidades) para o 3º Fórum Global contra o Racismo e a Discriminação, da Unesco. 

Depois da equiparação de homofobia, e até mesmo outros supostos preconceitos como gordofobia, ao racismo no Brasil, a ex-ministra francesa lança mais uma moda que somente desmoraliza a luta dos negros igualando ao nazismo. Para Moreno, “o conflito entre Israel e Palestina despertou na França, e em outras partes do mundo, outro tipo horrível de racismo: o antissemitismo”. Ela considera que “a discriminação contra judeus e contra negros da mesma forma é simplesmente porque eles são a mesma coisa”. 

Aqui é preciso esclarecer bem a confusão proposital que ex-ministra busca estimular, o antissionismo não se trata de antissemitismo. A perseguição aos judeus ou antissemitismo se expressou como política de extermínio durante o regime da Alemanha de Adolf Hitler, neste sentido seria legítimo comparar ao racismo contra os negros, mas isso se expressou unicamente durante o nazismo.

O sionismo também é uma política supremacista que prega o extermínio do povo árabe da Palestina e que inclusive foi estimulada pelo próprio nazismo alemão. Então, ser antissionista é uma posição progressista de quem defende o fim da colonização apoiada pelos países do bloco imperialista das terras e do regime racista que promove um verdadeiro apartheid na Palestina. 

A ex-ministra francesa deveria mostrar onde no mundo os judeus vivem em periferias como os negros da França, dos Estados Unidos e do Brasil. Não há nada minimamente parecido com a violência estatal contra o negro em todo o mundo, Moreno deveria apontar em quais países do mundo os judeus são mortos pela polícia como se faz com os negros. A comparação do antissionismo com o racismo contra os negros é falsa e completamente descabida.

Pode-se afirmar que hoje há somente um lugar onde supostamente se mata judeus, se é que podemos assim classificar, que é nos territórios palestinos ocupados pelos sionistas, onde o Hamas lidera uma coalizão de organizações que lutam de armas na mão pela libertação de seu povo, assim como fez o Hesbolá no Líbano e as forças de resistência árabe fizeram no Egito e Jordânia.

Diante da mobilização de milhões de pessoas nas ruas de todo o mundo para defender o povo palestino, vítima de um verdadeiro genocídio pelo regime sionista, o imperialismo precisa desqualificar e suprimir esse movimento legítimo dos oprimidos. Caso as manifestações se tornem uma verdadeira rebelião mundial, que exija a ruptura das relações dos governos desses países com “Israel”, somado aos últimos acontecimentos no Afeganistão, Ucrânia e países da África, a bastante debilitada dominação imperialista estará com os dias contados.  

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