Em encontro com reitores no Palácio do Planalto, ocorrido na quinta-feira, 19, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou a perseguição da criminosa Operação Lava Jato no caso que levou o reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSC), Luís Carlos Cancellier Olivo, ao suicídio no ano de 2017. Cancellier foi alvo de uma investigação persecutória que estava na iminência de puni-lo antes de ser julgado, método realizado contra diversos empresários e políticos na vigência da operação que teve amplo apoio da Terceira Via e de grande parte da esquerda pequeno burguesa.
Alvo da operação Ouvidos Moucos em Santa Catarina, Luiz Cancellier foi acusado de desviar uma verba de R$80 milhões, mas ficou provado que a quantia fazia parte de um total de repasses para programas da UFSC.
“Esse afastamento é um exílio. Eu moro a três metros da universidade. Eu saio de casa e tô dentro da universidade. Eu não posso entrar na ‘casa’ que eu convivo desde 1977, que eu conheço cada pedrinha daquela instituição”, afirmou Canceliier assim que fora afastado do cargo.
Em 2 de outubro de 2017, dia em que fora encontrado morto num shopping em Santa Catarina, o reitor deixou o seguinte bilhete:
” Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal”
“Faz cinco anos e quatro meses de uma aberração que aconteceu neste país: a morte do reitor Luís Carlos Cancellier. Faz cinco anos que esse homem se matou pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram antes de investigar e julgar. A gente não pode nem fazer um ato em homenagem a ele porque durante muito tempo deixou de ter reunião de reitores”, afirmou Lula.
Também vítima da perseguição que o levou à prisão, o que permitiu abrir caminho para a vitória de Jair Bolsonaro em 2018, Lula fora condenado e preso por falsas acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em relação ao Triplex do Guarujá(SP).
O Supremo Tribunal Federal(STF), que havia participado dos ilegais processos de impeachment de Dilma Rousseff(PT) e da própria prisão de Lula, recuou e anulou suas condenações.