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Mar de erros

Lula precisa sacar Dino, Múcio e G. Dias de seu ministério

Acontecimentos de domingo provam que houve uma série de erros da segurança do governo

No último domingo (08/01), apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sendo a primeira crise enfrentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com apenas uma semana do início do mandato.

A maior parte das pessoas estava acampada próxima ao Quartel General do Exército em Brasília e, chegando à Esplanada, os manifestantes ficaram concentrados em frente ao Ministério da Justiça. Parte do grupo, inicialmente, entrou na parte externa superior do Congresso e, depois, acessaram a área interna, entrando nos salões onde ficam guardados objetos históricos recebidos de presentes de outros países. Logo após, eles chegaram ao Plenário do Senado Federal.

Eles ainda foram para a Praça dos Três Poderes, indo em direção ao Palácio do Planalto, onde ocuparam diferentes andares e estiveram bem perto do gabinete da Presidência. Depois foram em direção ao STF, onde depredaram o Plenário no qual acontecem sessões de julgamento. Durante a ação, policiais militares do Distrito Federal foram vistos tranquilos, sem reação diante dos atos. Membros do governo de Lula, do STF e da Polícia Federal colocaram a responsabilidade do episódio nas costas do governo do Distrito Federal, Alexandre de Moraes chegou a afastar Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias, e da Secretaria de Segurança local, que tem à frente o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que também teve a prisão ordenada.

No entanto, o caso precisa ser melhor analisado, a culpa não pode recair apenas em quem é responsável pela segurança do estado. O episódio era algo que deveria ter sido previsto, o que é de função de integrantes do próprio governo.

Dessa forma, Flávio Dino, ministro da Justiça, José Múcio, ministro da Defesa, e Gonçalves Dias, atual ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, têm muito a explicar. Com relação a Dino, este mostrou uma completa incompetência diante dos fatos, a confiança na direita fez com que os dispositivos de segurança não funcionassem no início dos protestos. Era óbvio que os acampamentos bolsonaristas tentariam entrar nos prédios públicos, porém, mesmo assim, ele foi pego despreparado.

O companheiro Rui Costa Pimenta, na última edição do programa Análise Política da Terça, afirmou o seguinte: ˜Vamos analisar cuidadosamente os fatos. Os ministérios encarregados da segurança governo falharam de maneira catastrófica diante desse acontecimento. Não era segredo para ninguém que esse pessoal estava indo para Brasília e não era segredo que eles estavam almejando ocupar os prédios públicos. Como ninguém foi capaz de tomar uma iniciativa? Por exemplo, vamos começar pelo setor que mais obviamente deveria ter se mexido: o Ministério da Justiça. O Flávio Dino declarou que havia chamado a Força Nacional de Segurança para Brasília. Por que a Força de Segurança não estava postada diante dos prédios? Por que ela não isolou a Praça dos Três Poderes? A esquerda já fez manifestação na Esplanada dos Ministérios que foi duramente reprimida, inclusive pelas Forças Armadas. Uma prevenção do acontecimento poderia ter evitado um desgaste enorme para o governo Lula, que está acabando de tomar posse do governo. O Flávio Dino mostrou ser uma pessoa muito incompetente e eu acho que a incompetência dele não é uma mera incompetência, está ligada às relações que ele mantém com determinados setores da burguesia. Ele deve ter recebido a mensagem de que estava tudo tranquilo, ele acreditou nisso e foi ludibriado. Se não foi isso, ele é tao incompetente que não deveria estar no cargo do governo˜.

Tratando agora de Múcio, dentre os responsáveis, este foi um dos mais atacados pela imprensa burguesa, mesmo sem estar ligado a esse caso especificamente. A segurança era de responsabilidade de Ibaneis Rocha e de Dino, ambos pegos de surpresa no último fim de semana. No entanto, o atual ministro da Defesa é um dos nomes que deve ser excluído do governo não devido aos recentes episódios, mas porque ele é um representante do bolsonarismo relacionado aos militares, escolhido apenas acalmar os ânimos da categoria (o que estava claro que não iria acontecer), sendo assim um fantoche nas mãos dos militares.

Agora, a responsabilidade maior do que houve no domingo em Brasília tem que estar sobre o ministro-chefe do GSI, o general Gonçalves Dias. Existem informações de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou o GSI sobre a possibilidade de invasão e Dias não fez absolutamente nada quanto a isso, o que mostra que, ao contrário do que integrantes do PT pensam, o GSI não está do lado de Lula, pois é controlado por uma ala bolsonarista dos militares. Não faz muito tempo, o órgão era controlado pelo general Augusto Heleno, considerado um dos oficiais mais extremistas das Forças Armadas. Foi essa parte da extrema direita quem estava por trás dos atos de domingo, a verdadeira ameaça contra o terceiro mandato de Lula.

Diante disso, o novo governo, para se sustentar, precisa de uma política firme e concreta contra esses avanços da direita. Lula não pode se desesperar e tomar medidas para fortalecer o Estado, este está contra os interesses dos trabalhadores. O PT precisa fortalecer os seus ministérios mais importantes e, para isso, é necessário contar com nomes mais fortes e preparados do que Dino, além do mais importante, pessoas de plena confiança dentro da esquerda para estarem à frente da segurança do governo. O presidente nacional do PCO chegou a sugerir quem são os mais adequados para a função: ˜É preciso colocar em seu lugar pessoas da mais alta confiança, preferencialmente militantes do PT e da CUT˜.

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