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Análise Política de Terça

Lula enfrenta o imperialismo e defende a Nicarágua

Rui comenta a defesa da Nicarágua feita pelo governo brasileiro, ao se recusar a assinar a resolução do Conselho de Segurança da ONU

Na análise política de terça, transmitida na Rádio Causa Operária, o companheiro Rui Costa Pimenta discutiu os principais acontecimentos da semana. Foram tratadas as questões da pressão da ONU contra a Nicarágua, do escândalo de corrupção envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e da prisão do líder da FNL (Frente Nacional de Luta) José Rainha.

Sobre a Nicarágua, o companheiro Rui C. Pimenta explicou como a posição de Lula derruba totalmente a tese de que ele seria alinhado ao imperialismo. Em primeiro lugar, é preciso entender os acontecimentos que se desenrolaram na última semana: o Conselho de Segurança da ONU está organizando uma provocação contra o país por meio de uma carta condenando o governo de Ortega por violações dos direitos humanos.

Tal carta obteve 55 países como signatários, mas o Brasil não foi um deles. A posição do governo brasileiro foi de se opor à condenação e de defender um diálogo com Ortega. Ou seja, apesar das pressões da direita, da imprensa e do imperialismo, Lula não cedeu e se recusou a assinar a carta de tom muito agressivo contra o governo nicaraguense.

Sobre a questão do líder da FNL e das ocupações de fazendas na Bahia pelo MST, dois temas de destaque nos acontecimentos nacionais na semana, o companheiro Rui explicou que há uma tendência para retomar as ocupações. Tal tendência é fruto do clima político do país e do acirramento da luta de classes; o fato de ter surgido primeiro no campo, não nas cidades, é um aspecto curioso dessa demonstração.

Sobre o José Rainha, obviamente, toda esquerda deveria defender sua libertação. Ele está sendo acusado de extorquir os latifundiários, o que é uma acusação absurda; o delegado responsável pelo caso chegou a caluniá-lo, dizendo que ele foi expulso do MST por usar o movimento para obter ganhos pessoais. 

Portanto, só se pode concluir que a prisão do líder dos sem-terra é fruto de um processo-farsa. As declarações do delegado deixam isso claro. Além do mais, Rainha sempre foi vítima de falsas acusações.

O companheiro Rui ainda comentou que os movimentos de esquerda deveriam se solidarizar com José Rainha – principalmente o MST, visto que a imprensa burguesa tem insistido na questão de que ele foi expulso do movimento. Na realidade, ele saiu por divergências políticas com a organização, mas divergência política alguma pode levar a apoiar a prisão de um dirigente de esquerda pela burguesia.

Ainda sobre a questão dos latifúndios, o companheiro Rui falou da questão do armamento. Isso, porque uma milícia de extrema-direita, a mando dos latifundiários, atacou e acabou com uma ocupação do MST; naturalmente, ela estava toda armada, mas os militantes do MST não possuíam nenhum tipo de armamento para se defender.

Outro assunto tratado na análise foi a questão das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria recebido como propina em troca de refinarias da Petrobrás vendidas a árabes. Rui explicou que é um erro se deixar levar por essas questões secundárias, visto que a corrupção é uma discussão meramente moral; ela não será extirpada, nem nada do tipo, com a mera prisão de um político.

A esquerda deve se concentrar em denunciar os crimes reais que Bolsonaro cometeu. A destruição da Petrobrás, a entrega da base de Alcântara, etc., não em fazer demagogia moral com a questão da corrupção.

Em relação à postura que a esquerda deveria ter para com o governo Lula, Rui criticou a tese de que o governo não poderia ser criticado. Tal tese tem se espalhado cada vez mais na imprensa de esquerda, e Quaquá, um representante da ala direita do partido, chegou a atacar a presidenta Gleisi Hoffmann publicamente por ter discordado de um aspecto da política fiscal de Haddad – que dizia respeito à reoneração dos combustíveis.

Na realidade, é preciso, primeiramente, diferenciar a crítica do ataque que tem como objetivo demolir o governo. Por exemplo, classificar o governo como imperialista seria um ataque desse tipo; mas criticar, pela esquerda, uma determinada conduta de Lula, não.

Além do mais, essa tese só é apresentada para a esquerda. Isto é, a esquerda não poderia criticar as medidas direitistas do governo; já a direita poderia criticar todas as medidas esquerdistas. Trata-se, portanto, de um movimento para empurrar o governo para a direita.

Não à toa, o próprio Lula nunca defendeu a tese absurda de que não poderia ser criticado. Afinal, dentro do jogo político do petista, é essencial ter uma pressão forte à esquerda para que ele possa manobrar com a direita e levar sua política adiante. Em que pese o fato de essa não ser a tática correta, ela é a tática seguida por Lula; então não criticar o governo é prejudicial até mesmo para o próprio PT.

Tendo isso em vista, não é estranho que a defesa de um acriticismo venha justamente da ala direita do partido. Afinal, a solução de todas as coisas para eles é ir à direita: em caso de se perder uma eleição ou de se ganhar, em caso de ver uma greve derrotada ou coisas do gênero, eles sempre defendem a solução mágica de “ir para a direita e conciliar”, como uma panaceia para os movimentos sociais. Logo, tal política não busca transformar o PT em um partido de apoio ao governo, mas, na realidade, busca transformá-lo em um partido de apoio a ala direita do governo.

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