O presidente Lula desembarcou sexta-feira, 15, em Cuba para um encontro do G77, que é a coalizão de países em desenvolvimento e a China. No encontro, Lula terá uma importante reunião bilateral com presidente cubano Miguel Díaz-Canel. Esse encontro de Lula com Canel irá desbloquear as relações do Brasil com a Ilha depois dos trágicos e reacionários governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, os quais cortaram relações com Cuba a mando do imperialismo, o inimigo dos povos oprimidos do globo.
Carregada de simbolismo e importância de fato, a visita de Lula a Cuba, a quinta que ele faz atuando como presidente desde seu primeiro mandato, contraria os interesses obscuros dos Estados Unidos, que embarga a Ilha há mais de 60 anos, prejudicando violentamente o desenvolvimento do país.
A imprensa golpista da burguesia está aproveitando o encontro de Lula para criticar a relação dos dois países, sobretudo depois que Cuba revelou que não tem como pagar ao Brasil uma dívida decorrente dos investimentos brasileiros na construção do Porto de Mariel. A dívida está em torno de R$2,6 bilhões. O governo cubano, que sofre severo embargo também de dezenas de países aliados do imperialismo americano, não nega a dívida e nem diz que não irá pagar. Solicita apenas flexibilização.
Os recursos emprestados pelo Brasil foram via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou o projeto do Porto de Mariel, que fica a cerca de 40 km de Havana. Com esse porto, inaugurado em 2014 no governo Dilma Rousseff, Cuba ficou com uma zona de desenvolvimento especial que oferece mais vantagens para companhias estrangeiras com relações com a Ilha.
Na época da inauguração do porto, em 2014, o governo de Dilma Rousseff defendeu que o investimento brasileiro traria oportunidades para empresas do país, mas a burocracia cubana limitou o desenvolvimento da área. Independentemente de quando Cuba irá quitar sua dívida com o Brasil, essa visita de Lula e os empréstimos que o Brasil poderá dar à Ilha é de extrema importância como luta contra o imperialismo americano e para o desenvolvimento de Cuba, que também pode retribuir ao Brasil com dezenas de acordos bilaterais e parcerias.
É preciso apoiar todos os povos oprimidos do globo, sua classe operária e seu desenvolvimento soberano. O governo Lula está certo sim em manter relações independentes com todas essas nações. Além dessas parcerias, deve cancelar todos os tratados semicoloniais que vigoram no Brasil, a fim de que nossa política externa seja mais soberana e desmascare a imprensa burguesa, que é uma quinta-coluna na luta contra o imperialismo.