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América Latina

Lula deve apoiar direito da Venezuela sobre Essequibo

O povo venezuelano se fez ouvir neste domingo e afirmou "Essequibo é nosso", o governo brasileiro precisa apoiar a decisão

Após a acachapante vitória do governo Maduro no plebiscito realizado neste domingo (3) para definir se a população apoia a política de anexação e o retorno do Essequibo à Venezuela (atualmente considerado território da Guiana, colônia britânica na América do Sul), o imperialismo mundial já começa a mostrar suas garras e a pressionar o governo Maduro e todos os envolvidos no sentido de não permitir que a Venezuela realize a anexação.

É nesse sentido que o jornal golpista Estado de São Paulo soltou um editorial em sua edição desta terça-feira (5), procurando pressionar o presidente Lula a intervir junto a Maduro no sentido de dissuadi-lo da anexação de um território seu por direito.

Para o jornalão, se trata de uma tentativa de um governo “ditatorial” em explorar “paixões nacionalistas” para lidar com uma suposta crise de popularidade. “(…) insuflar o nacionalismo, ao resgatar uma causa apoiada também por alguns de seus detratores, parece uma jogada característica de quem precisa recuperar a popularidade em meio à crise generalizada no país”, afirma a peça de propaganda imperialista.

A tentativa do jornal burguês de explicar a decisão de Maduro, procurando dar a ela um caráter “maléfico” também não convence ninguém:

“Não há dúvidas sobre as más intenções do ditador venezuelano, que aceitou a realização de uma eleição presidencial aberta e monitorada em 2024 em troca da suspensão temporária de sanções pelos Estados Unidos. Nada indica que cumprirá esse acordo, celebrado em Barbados em outubro passado, dadas as travas de seu regime às candidaturas da oposição”.

A colocação de que “nada indica que Maduro cumprirá o acordo”, na verdade, é uma intriga. Não há nenhum indício de que o governo venezuelano fará qualquer coisa no sentido de quebrar qualquer acordo. Inclusive, é preciso reiterar que as eleições na Venezuela estão entre as mais democráticas do planeta. Toda vez que ocorre o pleito no país, há diversos órgãos do imperialismo vigiando o processo eleitoral e ela sempre se garante em todos os critérios impostos pelas entidades criminosas.

Portanto, a ideia de uma suposta crise de popularidade de Maduro simplesmente não se sustenta. O chavismo, por ele representado, é a força política mais popular e poderosa da Venezuela, o que pode ser visto, também, pelo fato de o país sofrer tentativas de golpe a todo momento e o governo não ter caído em todas essas décadas, o que só poderia ser mantido com um grande índice de popularidade. Não há como conter a ofensiva do imperialismo sem apoio do povo.

Outra insinuação feita pelo jornal golpista é de que “a controvérsia” teria sido “pinçada por Maduro quando a Guiana se vê catapultada economicamente pela exploração petrolífera na região em disputa – e desguarnecida de força de defesa”. Trata-se de uma intriga suja contra o governo venezuelano. A Venezuela reivindica o território desde o século XIX. O motivo que explica a ofensiva do governo bolivariano no sentido de retomar o Essequibo é a crise profunda em que se encontra o imperialismo.

As últimas derrotas: Iraque, Afeganistão, Ucrânia, as dificuldades na Palestina, golpes de estado na África, etc. são o que explicam essa iniciativa do presidente Maduro. O governo venezuelano tem a leitura de que o imperialismo está enfraquecido e, portanto, terá dificuldade para impor resistência a ele, o que é uma análise correta.

O ponto central da argumentação do jornal, no entanto, é a posição que ele considera que deveria ser tomada pelo governo brasileiro. Para o Estadão, Lula deveria convencer Maduro a não seguir adiante com a anexação do território. “A circunstância geográfica, por si só, exige do Brasil uma posição neutra, equilibrada e ativa na busca de uma solução diplomática. Lula da Silva deveria usar sua condição de ‘companheiro’ de Maduro para convencê-lo a desarmar os ânimos.”

Trata-se de uma colocação típica de uma direita desesperada com a crise que o imperialismo enfrenta, que agora terá um capítulo aberto na América do Sul. Na realidade, sabe-se que o Brasil é um país com influência gigantesca no continente e que, uma posição discordante do imperialismo por parte do presidente Lula pode acentuar de forma irreversível a crise já colocada na questão venezuelana.

É preciso, portanto, exigir que o governo Lula se posicione firmemente ao lado de Maduro e do povo venezuelano, defendendo a retomada do Essequibo pela Venezuela. Trata-se de uma reivindicação legítima de um povo irmão latino-americano e de mais uma oportunidade de impor uma grave derrota ao imperialismo.

 

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