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Contra o ambientalismo

Lula: “Amazônia não é um santuário”

Lula não está alinhado com o ambientalismo imperialista. Sua política ambiental busca condicionar a preservação ambiental ao desenvolvimento nacional e à melhoria da vida do povo.

Nessa segunda (17), ao discursar durante reunião da III Cúpula da Celac-EU, Lula disse que embora proteger a Amazônia seja uma obrigação, não se pode ver a floresta apenas como um santuário ecológico.

Frisou que a questão ambiental do desenvolvimento sustentável é inseparável de seus aspectos econômico e social. Nesse sentido, disse que “o mundo deve se preocupar com o direito dos habitantes da Amazônia de viver bem”, deixando claro que é com esse objetivo que será realizada em Belém (PA), nos dias 8 e 9 de agosto, a Cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OCTA), na qual se reunirão os países amazônicos, a fim de decidir a melhor maneira de abordar a questão do desenvolvimento sustentável na região.

Reiterando o que foi dito na reunião, hoje (18) no podcast “Conversa com o Presidente”, Lula disse que “não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade”, afinal, a floresta é “um território sobre o qual o Brasil possui poder soberano”.

Pode-se observar, então, que Lula não compartilha da mesma política ambientalista do imperialismo. Apesar de defender a preservação do meio ambiente e a dita transição energético, Lula sempre faz questão de apontar sua política ambiental deve servir ao desenvolvimento nacional, em especial à melhoria da qualidade de vida da população que vive na região amazônica.

Assim, disse ao entrevistador Marcos Uchôa que o que quer compartilhar “é a exploração científica da riqueza e da biodiversidade, para saber se dali é possível extrair produtos fármacos, matéria prima para a indústria de cosméticos, mas, sobretudo, para tentar pesquisar sobre como melhorar a vida da população local, sejam os indígenas, pescadores, ribeirinhos, extrativistas, e a vida do conjunto da sociedade da Amazônia da América do Sul, a qual abrange cerca de 50 milhões de pessoas, e na Amazônia brasileira, que são cerca de 28 milhões de pessoas”.

Frisa que “embora seja necessário cuidar da floresta, é preciso cuidar do povo, pois é ele que faz a nossa nação”.

Ao ser perguntando se a Amazônia deveria ser transformada em um patrimônio, disse que sim, mas novamente frisou que seja um patrimônio a serviço da melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.

Está claro, portanto, que Lula não está alinhado com a política ambientalista do imperialismo. Sua política ambiental é outra. É uma política em que buscar condicionar o chamado desenvolvimento sustentável ao desenvolvimento nacional e à melhoria da qualidade de vida do povo. Assim, é uma política que eventualmente entrará em rota de colisão com o imperialismo, cuja política é impedir o desenvolvimento dos países oprimidos, utilizando como desculpa a preservação ambiental.

É semelhante à política que faz em relação à guerra na Ucrânia. Na aparência, coloca-se como neutro entre as duas partes; mas, na prática, acaba por ficar do lado da Rússia contra o imperialismo. Embora a política de paz não seja revolucionária, é um obstáculo ao imperialismo. De forma análoga ocorre com sua política ambiental. A primeiro momento, na superfície, parece compartilhar do ambientalismo imperialista. Contudo, ao tratar com os países imperialistas sobre a questão ambiental, subordina a mesma ao desenvolvimento do Brasil.

Nesse sentido, disse durante o podcast que muito do discurso ambientalista do império é dito da boca para fora. Assim, reclamou da promessa feita pelos países imperialistas, no sentido de dar US$100 bilhões por ano para os países oprimidos a fim de promoverem o desenvolvimento sustentável. Disse que até agora não deram o dinheiro, e parece que não querem dar.

Conclui-se, portanto, que Lula mantém-se firme em sua política nacionalista no cenário internacional, agudizando as contradições com o imperialismo. Poderia não parecer isto, dado o fato de que, no cenário interno, não se veem grandes manifestações do programa nacionalista de Lula. Isto se dá, contudo, pelo fato de que no terreno nacional Lula está completamente cercado pelos inimigos dos trabalhadores, de forma que não consegue governar da forma que pretende, ou seja, em prol do desenvolvimento nacional.

Assim, para sair dessa armadilha, é necessário a Lula se voltar aos trabalhadores, da mesma forma em que fez no segundo turno das eleições. Foi a mobilização do povo que garantiu sua vitória, e só uma nova mobilização de massas poderá barrar a sabotagem do imperialismo, e permitir que Lula ponha em prática seu programa nacionalista, em prol da reindustrialização do país e, consequentemente, de seu desenvolvimento econômico.

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