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Cúpula da Hipocrisia

Lula afronta os EUA e confirma que o Brasil está com a Rússia

Presidente se recusou a assinar declaração da "Cúpula da Democracia" liderada pelos EUA que ataca a Rússia

Nessa quinta-feira (30), o governo Lula decidiu não assinar a declaração final da Cúpula pela Democracia pelo foco do documento na guerra na Ucrânia e a veemência em condenar a Rússia por sua operação militar especial. Essa é a segunda edição da Cúpula que, promovida pelos Estados Unidos, busca manter a sua dominação sobre a política internacional, excluindo, para tal, países importantes da América Latina como Cuba, Venezuela e Nicarágua, bem como a Rússia e a China.

“Atravessamos um momento de ameaça de uma nova Guerra Fria e da inevitabilidade de um conflito armado. Todos sabem os custos que a primeira guerra teve em gastos com armas em detrimento de investimentos sociais. A bandeira da defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões. Defender a democracia é lutar pela paz. O diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos”, diz a carta enviada por Lula à Cúpula. O presidente não pôde comparecer e nem gravar um vídeo em decorrência de sua pneumonia.

Para o Brasil, o conflito ucraniano deve ser tratado não na Cúpula pela Democracia, mas sim na Organização das Nações Unidas (ONU), tanto na Assembleia Geral, quanto no Conselho de Segurança, no qual o país ocupa atualmente vaga rotativa. Dessa maneira, a Rússia e demais países envolvidos poderiam se defender e, no caso do CS, vetar qualquer iniciativa dos Estados Unidos nesse sentido.

“A bandeira da defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões. Defender a democracia é lutar pela paz. O diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos”, diz trecho da carta assinada por Lula.

A posição do Brasil foi, entre os países membros dos BRICS, a mais radical. Índia, sócia do Brasil e da Rússia, assinou o documento e limitou-se a apenas adicionar ressalvas em relação às conclusões do texto sobre a guerra na Ucrânia. Ao contrário disso, Lula, pelo tom da carta enviada, deixou claro que a posição brasileira é independente daquela adotada pela Cúpula que, naturalmente, é a posição dos Estados Unidos.

Temos aqui mais um exemplo de que o Brasil está se colocando decididamente ao lado da Rússia e na China contra a política do imperialismo norte-americano. Na terça-feira (29), o ministério das Relações Exteriores anunciou que o País realizará comércio bilateral com a China não utilizando o dólar, mas sim as suas próprias moedas (real e iuane).

Já no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil votou favorável à abertura de uma investigação ao atentado contra o Nord Stream, oleoduto russo que, ao que tudo indica, foi sabotado pelos Estados Unidos em conluio com a Alemanha. Ele votou ao lado da Rússia e da China, os únicos países que votaram de maneira favorável à medida. O resto das nações, incluindo, por óbvio, os Estados Unidos, se absteve.

Contrariando a Alemanha e o imperialismo como um todo, o Brasil negou enviar munições e demais insumos militares à Ucrânia. Bem como permitiu que um navio iraniano atracasse no Brasil, contrariando intimação direta por parte dos Estados Unidos, que condenou a decisão do governo brasileiro.

Antes disso, Lula se negou a assinar uma declaração internacional condenando o governo Ortega por seus supostos crimes contra os direitos humanos e lhe caracterizando como uma ditadura. O Brasil, nesse caso, ficou ao lado da Nicarágua, causando grande rebuliço entre a burguesia, que utilizou a imprensa burguesa para atacar o presidente.

Em outra declaração, Lula afirmou que a privatização da Eletrobrás por parte do governo Bolsonaro, foi um crime de lesa-pátria. Defendendo, também, a estatização completa da Petrobrás e o fim da “independência” do Banco Central, todas essas reivindicações contrárias aos interesses do imperialismo.

Ou seja, Lula não só está mantendo a clássica posição diplomática brasileira de manter neutralidade em relação à maioria dos conflitos no mundo, como também está entrando em um embate frontal com toda a política imperialista, tanto num sentido ideológico, como mostra a votação no CS da ONU, quanto econômico, como mostra o acordo feito entra o Brasil e a China.

São acontecimentos que enterram a tese de que Lula seria um agente do imperialismo no Brasil, que estaria utilizando a luta dos trabalhadores como um engodo para levar adiante os interesses da burguesia. Isso já não se confirma de maneira nenhuma, tanto em âmbito internacional, quanto nacional – seu embate com a política monetária do Banco Central deixa isso claro.

Trata-se de uma postura essencial para a luta dos oprimidos, pois o Brasil é um dos países mais importantes do mundo, tanto no sentido diplomático, quanto econômico. Não é à toa que os Estados Unidos acompanham de perto a situação política no Brasil, algo que ficou evidente com o golpe de 2016, orquestrado diretamente pelos serviços de inteligência norte-americanos, como mostrou as denúncias envolvendo Moro, Dallagnol e a Lava Jato.

Nesse sentido, decerto que os EUA partirão para cima do governo Lula de maneira mais direta ainda já que, agora, o Brasil está mostrando rompimento total com a política imperialista. Algo que pode, inclusive, culminar na organização de ainda mais um golpe no País, golpe que, dessa vez, pode precisar de uma intervenção das Forças Armadas para efetivamente derrubar o presidente do poder.

De qualquer maneira, a tendência que se apresenta é a de uma aproximação crescente do Brasil principalmente com a Rússia e com a China, mas também com outros países oprimidos pelo imperialismo. Um movimento essencial para que o País consiga se desenvolver enquanto nação independente, impedindo que as grandes potências roubem as riquezas dos trabalhadores brasileiros, como no caso da Eletrobrás e da Petrobrás.

Para levar adiante essa luta, precisará, acima de qualquer coisa, da força da mobilização popular: somente a classe operária pode ser protagonista na luta contra o imperialismo, pois somente ela possui a força política capaz de derrotar a ingerência estrangeira no Brasil. Algo que deve ser utilizado por Lula para enfraquecer cada vez mais as grandes potências e fortalecer o País, desenvolvendo, assim, a sua própria produção industrial.

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