Desde que o governo de Pedro Castillo foi derrubado por um golpe de estado perpetrado pelo Imperialismo, o Peru passa por uma onda de mobilizações populares contra o novo governo golpista de Dina Baluarte.
Em face disto, a ditadura golpista peruana, bancada pelo imperialismo, vem reprimindo duramente o povo insurrecto. Já são mais de 60 mortos pelas forças de repressão, e o número continua crescendo. Não bastando os mortos, há também milhares de feridos, acompanhados de prisões arbitrárias, pessoas desaparecidas, violência sexual e tortura.
Assim denuncia Lourdes Huanca Atencio, Presidente da Federação das Mulheres Camponesas, Artesãs, Indígenas, Nativas e Assalariadas do Peru.
Atualmente ela se encontra em viagem por diversos países da Europa, denunciando a gigantesca crise que assola a nação Peruana, crise esta provocada pelo Imperialismo.
A liderança camponesa aponta também que, diante das mobilizações populares, o Estado peruano vem caminhando em direção a uma crescente militarização o que dá sinais de um caráter pré-revolucionário das mobilizações.
Segundo ela, os direitos democráticos são inexistes no presente momento. A repressão mais brutal vem recaindo sobre camponeses e sobre a população indígena, os quais vêm sendo taxados de terrorista.
Não há instituições governamentais às quais recorrer, pois todas agem em conluio para reprimir o povo mobilizado.
Pausa para um comentário: É isto que são as instituições “democráticas” em um Estado Burguês! Que sirva de lição para aqueles que ainda nutrem esperanças nas mesmas (se é que irá servir!). Na hora do vamos ver, elas mostram sua verdadeira face antidemocrática, fascista!
Além de denunciar as atrocidades cometidas pelo governo golpista peruano, Lourdes Huanca Atencio aponta corretamente o interesse do Imperialismo, em especial norte-americano, no golpe de Estado que derrubou Pedro Castillo. Ela nos informa a respeito da existência de grandes reservas de lítio na região de Puno. O mineral, também conhecido como ouro branco, é de grande importância para o Imperialismo norte americano, dado sua necessária utilização em baterias de smartphones e carros elétricos. Antes da repressão desatada pelo atual governo peruano, houve uma reunião entre o Poder Executivo e a atual presidente golpista, Dina Boluarte. Logo após, fora declarado estado de sítio, demonstrando que o novo governo nada mais que um lacaio do Imperialismo.
Mas realizar denúncias e apontar dedos não é suficiente. Lourdes Huanca Atencio, por onde passa, também apresenta as reivindicações do movimento contra o golpe. E quais são elas? Fora Dina Boluarte, Liberdade para Pedro Castillo, justiça para os mais de 60 manifestantes assassinados e fechamento do congresso golpista.
Relembremos que os movimentos populares apoiavam a medida que Pedro Castillo tomou contra o Congresso Peruano, antes derrubado. A confirmação disto veio com a intensa mobilização que se seguiu após o golpe de Estado, e que continua até o presente momento.
Por fim, mas não menos importante, o movimento contra o golpe demanda também a convocação de uma assembleia constituinte.
Conforme as próprias palavras da liderança camponesa, migalhas como construção de escolhas e rodovias não são suficientes. As demandas do movimento agora têm natureza política.