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BRICS em ascensão

Lavrov vê no BRICS uma reorganização de forças mundiais

Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, vê no BRICS o que ele chama de "multipolaridade", mas que podemos traduzir como uma grave crise da dominação imperialista

Sergey Lavrov

Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse à RT, na sexta-feira, que as bases multipolares do BRICS seriam enriquecidas coma admissão de várias nações árabes, mas que o bloco ainda não decidiu sobre suas candidaturas.

O BRICS é uma sigla com as iniciais dos cinco países que formam o bloco: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa). A sigla é também pode ser considerada um jogo com a palavra bricks que em inglês significa ‘tijolos’, dando a ideia de construção.

Neste momento, Argélia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) já manifestaram interesse em participar do bloco. Segundo Lavrov, durante uma entrevista no SPIEF (Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo),, “São todos países muito fortes”.

Conforme a RT, ‘o diplomata russo disse que a contribuição desses novos membros seria “óbvia” e significaria que o BRICS teria representação de uma das maiores civilizações do mundo. “Sem dúvida, isso vai beneficiar as bases multipolares do bloco que evoluíram de forma natural, objetiva”’.

O Egito, considerado um dos mais importantes países da África, no dia 14, quarta-feira, apresentou sua solicitação formal para aderir ao grupo.

Em agosto será realizada uma cúpula do BRICS na África do Sul e o dado curioso é que Emmanuel Macron, presidente da França, um dos principais países imperialistas, pediu uma oportunidade para participar do evento.

Favorável à expansão

Lavrov disse que a Rússia apoia a expansão do bloco, mas entende que o bloco só deva tomar decisões consensuais. Por isso criaram grupos de estudos para analisar os pedidos de adesão. “É uma questão muito delicada, claro, porque a reputação do país também está em jogo aqui. Se um estado solicitar a adesão e não obtiver resposta, isso não parecerá bom”.

Além dos países já mencionados, Argentina e Irã são fortes candidatos ao BRICS. O interesse pelo bloco tem aumentado porque o imperialismo tem apertado seu controle sobre as finanças internacionais amarradas ao dólar.

A Rússia vinha sofrendo duríssimas sanções desde 2014 com a reintegração da Crimeia, e o quadro se agravou de um ano e meio para cá, desde o início de sua operação militar especial na Ucrânia. O país teve seus ativos congelados em diversos países, bem como foi proibido de comercializar em dólar. Essa medida criou uma enorme desconfiança e instabilidade financeira. O dólar é praticamente uma arma de guerra. Um país sancionado pode sofrer uma queda enorme em seu PIB, como o caso da Venezuela, que caiu para 65%.

A Rússia decidiu comercializar em moeda local, o que foi logo seguido pela China e muitos outros países atrasados que querem escapar dessa verdadeira ditadura que é dólar. Nada disso seria possível, no entanto, se não fosse o enfraquecimento da dominação imperialista.

A crise generaliza do imperialismo tem produzido eventos mundiais em uma velocidade nunca vista. Podemos colocar como marco para essa movimentação a derrota dos EUA/OTAN para o Talibã, em agosto de 2021.

A derrota causou mal-estar dentro do próprio bloco imperialista. A União Europeia criticou o governo Biden porque ficaram sem nenhuma posição importante na Ásia Central. A revista The Economist alertou de maneira quase profética que a vitória do Talibã – muito festejada na Palestina e outros países árabes – poderia encorajar outros países a fazerem o mesmo.

Quem poderia supor que a Arábia Saudita fecharia acordos para vender petróleo fora dos petrodólares? Com a China farão as transações em yuan. O BRICS não se baseará no dólar. Países, como a Argentina, estão se livrando de seus estoques da moeda americana.

As derrotas sucessivas que o imperialismo tem sofrido contra a Rússia na Ucrânia só tem aprofundado a crise.

À margem do conflito no Leste Europeu, a Liga Árabe está se recompondo, a Síria foi reintegrada e o Irã restabeleceu serviços diplomáticos com a Arábia Saudita que, por sua vez, tem estreitado laços comerciais com o Paquistão.

O Egito solicitar sua entrada no BRICS é um evento que ainda promete desdobramentos, pois o país faz toda a fronteira sul de Israel, além de fazer fronteira com a Faixa de Gaza. Para os sionistas o terreno está ficando muito movediço, pois os governos egípcios têm atuado para conter a entrada de armas em Gaza.

O comportamento do governo Lula frente aos Estados Unidos e União Europeia são outro sintoma dessa rebelião que o The Economist preconizava, o mesmo se pode dizer dos países do Continente Africano.

A formação de um bloco econômico como o BRICS pode ser uma alternativa para países como Venezuela, Cuba, Coreia do Norte etc., saírem do isolamento comercial asfixiante e criminoso promovido pelo imperialismo. O esvaziamento do dólar caminha a passos largos.

O mais importante de tudo que estamos vendo é que a classe trabalhadora mundial poderá se favorecer, pois é o imperialismo a causa de toda a pobreza e miséria que assola o planeta.

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