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Regime de exceção

Kiev detém dirigente comunista em meio à onda repressiva

Aprofundando o regime de exceção, Kiev impõe prisões em massa e condena um dos líderes do extinto Partido Comunista Ucraniano

O serviço de segurança do regime ucraniano (SBU) tornou pública a prisão de Georgi Buiko, secretário, ex-deputado do Partido Comunista da Ucrânia e chefe do Comitê Antifascista Ucraniano, forçado pela polícia a permanecer em prisão domiciliar. Buiko foi acusado de participar de atividades “anti-ucranianas” e de ter publicações “pró-russas” e comunistas em sua casa, pelo que enfrentará penas de prisão e confisco de seus bens. Buiko foi acusado, portanto, de invadir a integridade territorial e a inviolabilidade da Ucrânia.

Isso foi relatado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia. “O Serviço de Segurança coletou provas sobre o ex-deputado do banido Partido Comunista da Ucrânia, que apoiou a agressão armada da Federação Russa contra nosso Estado”, disse o comunicado.

Esta prisão se soma à dos irmãos Kononovich, líderes da Juventude Comunista Ucraniana, que também estão em prisão domiciliar e cujas vidas correm perigo. Sem esquecer a proibição do Partido Comunista da Ucrânia pelo regime de Zelensky, que apreendeu seus bens e seus militantes continuam sendo perseguidos, detidos e mortos: o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos destacou em seu relatório de junho de 2023 sua preocupação com as violações dos direitos direito humanitário na Ucrânia, que incluem prisões sem controle judicial, a existência de prisões secretas, a prática de tortura, maus-tratos e estupro em prisões e centros de detenção, a perseguição de cidadãos acusados ​​de “colaboradores” e o “desaparecimento” de pessoas preso.

De acordo com o SBU, às vésperas da operação especial russa para a libertação do Donbass, ele foi um dos organizadores do apelo da chamada “União Internacional de Oficiais Soviéticos” ao presidente russo, Vladimir Putin. Nele, os signatários pediram ao chefe do Kremlin que reconheça a “soberania” das áreas temporariamente ocupadas das regiões de Donetsk e Luhansk.

O SBU relatou, também, que durante 2017-2019, o ex-deputado do povo (nome dado a um membro eleito à Rada) participou ativamente de eventos anti-ucranianos em Moscou e fez campanha pela “anexação” da parte ocupada do leste da Ucrânia à Federação Russa. Ele também defendeu a entrada oficial de tropas russas no território do nosso Estado. “Depois de 24 de fevereiro de 2022, o réu esperava um ‘blitzkrieg‘ dos ruscistas e uma rápida ocupação de Kiev, o que ele repetidamente disse, entre outros”, relatou o serviço especial ucraniano.

Ele também foi acusado de ter incitado seus conhecidos a ajudar os ocupantes russos no caso da tomada da região da capital. Durante buscas no local de residência do deputado popular das convocações anteriores da Verkhovna Rada, foram encontradas literatura comunista proibida e publicações pró-Kremlin. Ele foi notificado de suspeita sob a Parte 1 do Artigo 110 do Código Penal da Ucrânia (invasão da integridade territorial e inviolabilidade da Ucrânia).

Como medida “preventiva”, o SBU confiscou os bens de Buyko na forma de detenção está sendo decidida. Buyko, com 75 anos, terá muitas dificuldades de sobrevivência nessas condições. O crime de alta traição é um grande fardo em qualquer país, especialmente em regimes de exceção. O Serviço de Segurança da Ucrânia expôs o ex-deputado do povo pela distribuição de “propaganda” em apoio às forças russas na região de Kharkiv e procurou convencer as pessoas da “correção” das ações do Kremlin, por isso foi enquadrado porque estava ativamente envolvido em “propaganda pró-Rússia”. Ele foi notificado da suspeita sob a Parte 2 do Artigo 436-2 do Código Penal da Ucrânia (Produção e distribuição de materiais que justificam a agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia).

Ditadura ucraniana

Ao contrário do que afirma a propaganda do imperialismo, a Ucrânia é uma das maiores ditaduras do mundo, um país que optou por viver em um regime de exceção. O regime de Kiev vem ensaiando a máxima ditadura desde 1994, quando baniu os primeiros partidos de esquerda. O ápice se deu com o Euromaidan, quando tudo que remeta à Rússia e ao comunismo deveria ser banido, e assim se fez. Na Ucrânia, os sindicatos sequem a lei de estarem sob o guarda-chuva do Estado, não podendo ter nenhuma atividade aberta em defesa dos trabalhadores.

O Partido Comunista da Ucrânia foi banido da Ucrânia em 2015, levando muitos de seus membros a se tornarem alvo das forças policiais ou ao exílio. A onda de repressão à esquerda aprofundou-se muito desde o início da operação especial russa, quando Zelensky assinou uma nova lei que proíbe os partidos políticos considerados “pró-Rússia”, em maio de 2022.

Esse movimento inspirou o bolsonarismo. Setores internos diziam que era preciso “ucranizar” o Brasil. Sara Winter era uma das representantes desse movimento, tendo treinado na Ucrânia juntamente com as forças do Batalhão Azov. Essa questão não é suficiente para que setores da esquerda brasileira acorde do mantra da imprensa de que a Ucrânia é um país democrático e vítima de uma “invasão”, quando na verdade a Ucrânia invadia o Donbass semi-soviético desde 2014.

Durante a crise aprofundada na Ucrânia, há dois meses das eleições à Rada, com a decadência do partido de Zelensky, Servos do Povo, e há apenas 7 meses das presidenciais, com forte tendência à derrota do atual mandatário, as perseguições e prisões políticas se proliferam. Somadas às prisões de desertores, o país vai se tornando uma das maiores populações carcerárias do mundo em termos per capta. A fragilidade do regime vai sendo exposta mundialmente e a demonstração de que com mais autoritarismo, maior a probabilidade de crise. Se a esquerda vem apoiando a Ucrânia ou o “nem-nem”, deveria repensar esse apoio.

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