Desde o dia 8 de janeiro, nada mais é como antes. Naquele domingo, alguns milhares de manifestantes bolsonaristas — ou, como chamam a si próprios, “patriotas” — invadiram com uma tremenda facilidade as sedes dos três poderes, em Brasília. Invadir um prédio público durante uma manifestação é algo absolutamente normal — o que não é normal, contudo, é que isso aconteça com tanta facilidade.
A esquerda organizou várias manifestações grandes desde que a burguesia escancarou seus planos de derrubar o governo de Dilma Rousseff. Nenhuma delas teve êxito em ocupar os prédios. A facilidade que a extrema-direita teve neste caso só pode ser explicada de uma maneira: o aparato de repressão, dominado por uma coalizão entre os bolsonaristas e a direita “terceira via”, decidiu sabotar o governo Lula. Enfraquecê-lo, desmoralizá-lo, até que chegue a um ponto em que caia de podre.
A guerra foi deflagrada pelos militares. Não há mais como voltar atrás. Eles vão com tudo e o governo, ao que demonstrou, não tem forças para impedi-lo. Os generais debocham do governo, pois sabem que nenhum dos seus será punido pela bagunça que causaram.
A única forma de mudar isso é através de uma grande mobilização do povo trabalhador. Não é possível mandar os generais de volta aos quartéis apenas por uma “canetada”. È preciso colocar o povo na rua, e de maneira organizada. É preciso preparar essa mobilização, indo às fábricas, aos bairros, discutindo a situação e convocando o povo para a luta.
Neste processo, a intervenção da juventude, como setor mais dinâmico da sociedade, é fundamental.