Desde o Plano Real, a partir de julho de 1994, o país experimenta uma avalanche especulativa, que pode ser considerada um marco, um divisor de águas na economia brasileira.
A dívida pública, que chegava nesse período por volta de 60 bilhões de reais, hoje, em 2023, ultrapassou os 8 trilhões. Em grande medida, em função das altíssimas taxas de juros, que na média histórica desses últimos trinta anos batem recordes mundiais.
Desde então, a economia vem perdendo força industrial e o país passou a ser novamente um grande protagonista no cenário internacional em termos de produtividade de bens relacionados a agroindústria como carro chefe da economia nacional, além da exportação de minérios e outros recursos naturais.
No que diz respeito ao setor produtivo, passamos novamente para a condição de fornecedores de matérias primas e provedor alimentício do mundo e por outro lado nos tornamos o paraíso dos banqueiros e especuladores, a ponto do própria Confederação Nacional da Indústria (CNI) dizer que os juros elevadíssimos no Brasil de Campos Neto (presidente do BC) são um freio de mão para a economia brasileira.
Segundo o portal Isto é Dinheiro, “a economia brasileira terá uma expansão de 1,2% em 2023, após alta de 2,9% no ano passado. Já a indústria vai crescer apenas 0,1%, ante alta de 1,6% em 2022. As previsões fazem parte do Informe Conjuntural – 1º trimestre de 2023, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira (12)”.
“O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explica que “as taxas de juros elevadas vão continuar inibindo a atividade econômica e, por consequência, a industrial, ao longo do ano”. Mesmo com a expectativa dos primeiros cortes começarem em agosto, a Selic será mantida em patamar elevado, com efeitos negativos sobre o crédito, os investimentos, o consumo e o comércio. A previsão da CNI é de que o Brasil encerre o ano com inflação em 6% e Selic 11,75%”, completa.
Essa avaliação, até mesmo de parte da burguesia insatisfeita, caminha na direção da necessidade imediata do governo Lula chamar a população para defender o país dos criminosos banqueiros e rentistas internacionais, a partir da derrubada do representante tecnocrata do Banco Central Campos Neto e sua equipe do Comitê de Política Monetária (COPOM).
Bem como é preciso executar a retomada do controle da política econômica de interesse nacional, que possibilite o país construir uma estratégia de desenvolvimento com soberania do povo frente aos golpistas neoliberais da direita tradicional e bolsonarista.
Está colocada para a ordem do dia o estabelecimento de uma auditoria da dívida pública que tenha como resultado extinguir o pagamento da dívida externa. E, para o próximo período, a estatização dos grandes bancos privados, parasitas financeiros que espoliam a nação.