Morreu no último sábado (31) aos 95 anos, Joseph Aloisius Ratzinger, mais conhecido como Papa Bento XVI. Segundo os médicos o falecimento se deu por “complicações naturais da idade”. Seu funeral está previsto para acontecer nesta quinta-feira (5). O pontífice foi o primeiro a renunciar em seis séculos. Bento XVI morreu em casa, por volta das 9:30h da manhã, hora local, no primeiro andar do mosteiro onde vivia há 10 anos.
Reacionário e conservador, Ratzinger, que se tornou líder da igreja católica mundial em 19 de abril de 2005 teve que abdicar do cargo em 28 de fevereiro de 2013. O seu papado foi cercado por uma série de polêmicas. Desde seu passado nazista, passando por escândalos de corrupção até acobertação de casos de pedofilia. Durante seus oito anos de Papa, a vida do alemão foi revirada e seu passado não revela nada de bom.
Bento XVI, prestou serviço obrigatório no exército alemão entre 1943 e 1945. Ele havia acabado de entrar no seminário preparatório, mas mesmo assim foi convocado pelo nazismo. O que chama atenção é que ainda jovem já participava da juventude hitlerista, mesmo antes de se tornar obrigatório. Ratzinger, foi convocado oficialmente aos seus 16 anos para trabalhar como auxiliar dos soldados.
Leonardo Boff, um teólogo brasileiro, em uma entrevista publicada no final de semana no jornal alemão Süddeutsche Zeitung no ano de 2010, mostra como o Papa da época perseguia as diretrizes mais progressistas da igreja católica e passava pano para os setores mais direitistas e conservadores da instiuição. “A Teologia da Libertação tornou-se uma obsessão para este papa. No final de março, diante de bispos do sul do Brasil, ele voltou a criticar a Teologia da Libertação marxista” afirmou Boff.
Na tentativa de reduzir a culpa de possíveis aliados do regime nazista, em uma visita em Auschwitz em 2006, Bento XVI atribuiu a culpa do Holocausto a “um bando de criminosos” que teriam “abusado” do povo alemão. Essa fala gerou uma enorme repercussão. Totalmente contrario ao aborto e ao uso de preservativo, Ratzinger menteve as linhas mais conservadoras da religião católica.
Quando escolhido em 2005, o jornal The Independent (Inglaterra) anunciou o seguinte comentário sobre o novo Papa: “A escolha de uma figura tão reacionária também irritou muitos fora da Igreja. Esta tem elevado sua voz, causando graves danos em questões centrais como o alastramento da aids na África e na Ásia, a repressão das mulheres no Terceiro Mundo ou a posição dos homossexuais na sociedade. (…) A fumaça branca divulgou uma decisão rápida – e com ela a continuação da guerra do Vaticano contra o mundo moderno.”
O perfil traçado por este Papa ao longo de 8 anos, foi de uma política típica de extrema direita, e sua postura foi ficando cada vez mais insustentável até que teve que ser substituído por um Pontífice um pouco mais progressista.
