No dia 28 de agosto, uma quinta-feira, o governo japonês anunciou que começaria a lançar no oceano Pacífico as águas residuais, ditas tratadas, do acidente nuclear na usina de Fukushima. Apesar de fortes críticas e protestos por parte da China. O plano recebeu o respaldo das Nações Unidas, da qual uma nova assembleia se aproxima.
A cidade de Nova Iorque sediará no próximo dia 19 de setembro a 78ª Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Por tradição, os presidentes brasileiros abrem os discursos da assembleia e Lula subirá a tribuna para fazer sua fala após a passagem por Cuba na Cúpula do G77 + China. O evento ocorre em meio a uma campanha ambientalista demagógica do imperialismo contra os países atrasados, destacadamente contra o Brasil.
Está claro que Lula irá fazer o discurso em apoio a questões de desenvolvimento econômico dos países pobres e posições anti-imperialistas. E não por acaso o tema da Cúpula do G77 + China foi a ciência e tecnologia como ferramentas para o desenvolvimento. “Se articula no grupo e nas negociações uma maneira dos países em desenvolvimento adquirirem um poder de barganha mais amplo”, afirmou o secretário de Assuntos Multilaterais do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey.
Mas contrária a essa posição, o imperialismo já se articula para acuar o governo Lula e suas posições. A principal delas é com o tema ambiental e da exploração da Amazônia, que tanto aparece nos monopólios imperialistas.
Tanto é assim que na noite desta sexta-feira (15/09), mil drones iluminaram o céu em Nova Iorque, num evento que integra uma campanha internacional pela Amazônia e que já mostra a pressão sobre Lula, que se coloca contra o que chamou de “neocolonialismo verde”. Os drones, que não são parte de uma campanha popular ou da população brasileira, trouxe nos céus de Nova Iorque imagens de animais e de defesa abstrata da Amazônia.
A fraude dessa campanha em defesa da Amazônia, do meio ambiente e contra as mudanças climáticas fica evidente quando silencia a política criminosa do imperialismo japonês em despejar milhões de litros de água contaminada com radiação para o Oceano Pacífico. Isso porque a assembleia da ONU será a primeira após o anúncio do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em jogar águas contaminadas no oceano e ainda afetar os países vizinhos.
Enquanto o imperialismo faz exigências ao Brasil e coloca seus capachos (ONGs financiadas pelas suas organizações como Fundação Ford, Open Society, NED, Fundos da Inglaterra, Noruega, França e Alemanha) para atuarem contra o governo Lula e o desenvolvimento da região Amazônica, se cala diante do anúncio do governo japonês em lançar as águas residuais altamente radioativas que passaram pela Central Nuclear de Fukushima Daiichi para resfriamento dos reatores expostos para o Oceano Pacífico.
A gravidade da situação é tamanha que desde o dia 24 de agosto o Japão está liberando essa água contaminada e a previsão é de mais de 1 milhão de toneladas métricas de água radioativa “tratada” da usina nuclear de Fukushima.
Entenda o que foi um dos piores desastres nucleares da história
O Acidente Nuclear de Fukushima foi o segundo maior desde o que ocorreu na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 26 de abril de 1986, e o segundo acidente nuclear que recebeu a classificação de nível 7 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
O acidente ocorreu em 2011 após o terremoto de Tohoku, em 11 de março de 2011, e posteriormente pelo tsunami causado.
Na instalação, operada pela Tokyo Electric and Power Company (TEPCO), imediatamente após o terremoto, os reatores ativos desligaram, automaticamente, suas reações de fissão nuclear. No entanto, o tsunami “desativou” os geradores de emergência que forneciam energia para controlar e operar as bombas que serviam para o resfriamento dos reatores.
O resfriamento insuficiente levou a três colapsos nucleares, explosões causadas pelo hidrogênio presente no ar e a liberação de material radioativo de 12 a 15 de março de 2011.
Após esse período, a água de resfriamento dos reatores está sendo armazenada e, segundo o governo japonês, não há mais espaço para ser armazenado e esse seria o motivo para ser jogado no mar.
Ainda segundo o governo japonês, não há risco de liberar a água contaminada no oceano porque foi tratada e o nível de contaminação é baixo, mas se as águas não estão contaminadas por que liberar somente quando não há condições de armazenamento?
Demagogia ambiental do imperialismo para barrar o desenvolvimento do Brasil e atacar Lula
O silêncio do imperialismo diante da contaminação ambiental do governo japonês revela que a pressão para a conservação dos recursos naturais ou da “sobrevivência” no planeta terra em cima do governo brasileiro é apenas demagogia e possui outras intenções.
Todo esse aparato de campanha em defesa da Amazônia e contra sua exploração e desenvolvimento tem a clara intenção de manter essa enorme porção do território brasileiro com mais de 20 milhões de habitantes sob controle do imperialismo para posteriormente ser explorado por seus monopólios.
Sob a farsa ambiental querem que quase metade do Brasil viva de turismo e artesanato, o que de fato é impossível e especialmente diante da enorme riqueza, em particular mineral, nesse território.
Lula se coloca em favor da exploração da região e do desenvolvimento para levar à soberania do País e melhoria de vida das populações e se coloca contra o “neocolonialismo verde” pregado pelo imperialismo e suas ONGs, que se calam diante dos verdadeiros crimes ambientais, como no caso do governo japonês.