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7 de outubro

Mesmo sabendo do plano há 1 ano, Israel não conseguiu deter Hamas

Documento batizado como "Muro de Jericó" e recebido pelo The New York Times antecipou o 7 de outubro, assim como as manobras militares

Um documento obtido pelo jornal norte-americano The New York Times indica que o governo invasor da Palestina de Israel estava ciente – e com mais de um ano de antecedência – do plano do partido Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) de realizar a ofensiva de 7 de outubro, o que desencadeou uma nova e severa crise no imperialismo. Segundo um dos principais porta-vozes do imperialismo norte-americano, o documento tem 40 páginas e teria sido batizado pelas autoridades israelenses como “Muro de Jericó“, tendo, porém, sido desprezado pelas forças sionistas, que o consideraram (segundo o New York Times) além das capacidades do grupo extremista, “muito difícil para o Hamas executar” (“Israel Knew Hamas’s Attack Plan Over a Year Ago”, Ronen Bergman, Adam Goldman, 2/12/2023).

O documento delineou minuciosamente o tipo de invasão que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas, a maioria delas pela própria ação das Forças de Defesa de Israel (FDI). Conforme o New York Times, mesmo sem uma data específica para o ataque, o plano descrevia uma ofensiva metódica destinada a superar as fortificações ao redor da Faixa de Gaza, tomar cidades israelenses e invadir bases militares estratégicas, incluindo um quartel-general de divisão.

Os combatentes do Hamas e demais grupos de luta armada pela libertação da Palestina executaram o plano com precisão, seguindo à risca as diretrizes do documento, conforme a avaliação do jornal norte-americano. Desde uma saraivada inicial de foguetes até o uso de drones para desativar câmeras de segurança e metralhadoras automáticas ao longo da fronteira, a operação se desenrolou conforme previsto no “Muro de Jericó“. Os atiradores do Hamas entraram no território dominado por Israel utilizando parapentes, motocicletas e deslocando-se a pé, resultando em uma das mais impressionantes vitórias do povo palestino e, em contrapartida, também em uma derrota histórica de Israel.

“O plano também incluía detalhes sobre a localização e o tamanho das forças militares israelenses, centros de comunicação e outras informações sensíveis, levantando questões sobre como o Hamas obteve suas informações e se houve vazamentos dentro do estabelecimento de segurança israelense”, informa a matéria do jornal norte-americano, que acrescenta:

“O documento circulou amplamente entre os líderes militares e de inteligência israelenses, mas especialistas determinaram que um ataque dessa escala e ambição estava além das capacidades do Hamas, segundo as autoridades. Não está claro se o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ou outros líderes políticos de alto escalão viram o plano.”

“Não é possível determinar se o plano foi totalmente aceito e como ele será manifestado”, comentou uma militar ouvida pelo órgão nova-iorquino.

The New York Times continua sua matéria informando que “um coronel na divisão de Gaza desconsiderou suas preocupações [da militar ouvida], segundo e-mails criptografados vistos pelo The Times. ‘Refuto categoricamente que o cenário seja imaginário’, escreveu a analista nas trocas de e-mails. O exercício de treinamento do Hamas, segundo ela, correspondia totalmente ao conteúdo de Muro de Jericó. ‘É um plano projetado para iniciar uma guerra’, acrescentou. ‘Não é apenas um ataque a uma vila’”, concluiu.

O “Muro de Jericó” expõe uma série de erros que as autoridades agora consideram a pior falha de inteligência de Israel desde a Guerra Árabe-Israelense de 1973. A crença incorreta de que o Hamas não tinha a capacidade ou a intenção de realizar um ataque contribuiu para uma desmoralização das forças sionistas e reforçar a crença dos povos oprimidos do Mundo Árabe de que, mesmo apoiados pelo imperialismo, os invasores israelenses podem ser derrotados.

Segundo o jornal americano, as forças militares e a Agência de Segurança de Israel, responsável por ações de contra-terrorismo em Gaza, se recusaram a comentar sobre o assunto. À primeira vista, alguns poderiam supor a existência de um conluio entre os movimentos guerrilheiros palestinos e a FDI, avaliação que ignora, no entanto, o tamanho do prejuízo político sofrido pelos sionistas. Trata-se, nesse sentido, de uma campanha de calúnias contra o Hamas que busca esconder a incompetência e a crise pela qual passa Israel.

O entusiasmo pela vitória palestina ascendeu uma onda de mobilizações em todo o planeta em favor dos habitantes da nação invadida. Ao mesmo tempo, expôs a fragilidade tanto de Israel, quanto do imperialismo.

O enclave imperialista encontra-se agora mergulhado em uma crise que ameaça derrubar – novamente – o governo Netanyahu. De qualquer forma, a falha grave da avaliação do comando militar sionista é em si um reflexo da desmoralização e da crise israelense.

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