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Faixa de Gaza

Israel quer forçar êxodo de 2 milhões de palestinos para o Egito

Plano sionista exposto no final de outubro está sendo colocado em prática na Faixa de Gaza. Reportagem do Mintpress detalha as evidências nesse sentido

Reportagem do Mintpress News, assinada por Jessica Buxbaum, denuncia vazamento de documento que confirma as suspeitas de que o governo de Israel está tentando expulsar os palestinos da Faixa de Gaza. O documento oficial do Ministério de Inteligência foi divulgado originalmente pelo site israelense Sicha Mekomit em 28 de outubro. Fossem meras palavras, poderia até ser precipitação considerar o documento como verdadeiro. No entanto, a reportagem elenca uma série de indicadores práticos de que a política israelense está indo ao encontro das recomendações elencadas, cujo desfecho final seria a transferência forçada de toda a população palestina da região para a Península do Sinai no Egito.

Finalmente, o próprio gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reconheceu a existência do documento datado de 13 de outubro. Nele, o Ministério da Inteligência traz vários detalhes sobre o desenvolvimento do plano, como “criar uma zona estéril de vários quilômetros dentro do Egito e não permitir que a população mantenha qualquer atividade ou moradia próximo à fronteira de Israel”. Ou seja, o documento já considera o território inteiro da Palestina como território israelense, algo já expresso por diversos políticos sionistas, incluindo Netanyahu.

A jornalista cita reportagem do Financial Times, que fala sobre o esforço de Netanyahu em convencer lideranças europeias a pressionar o Egito para que aceite receber os refugiados de Gaza. Uma das tentativas mais recentes envolve uma proposta de amortização da dívida egípcia com o Banco Mundial para que ceda ao assédio israelense. A boa e velha chantagem econômica do imperialismo “democrático”.

A reportagem cita avaliações de alguns analistas, no sentido de confirmar que o conteúdo do documento vazado está de fato sendo colocado em prática. Para isso, foram entrevistados a advogada de direitos humanos, Diana Buttu, e o diretor do grupo Democracy for the Arab World Now, Adam Shapiro. Ambos estabelecem relações concretas entre o documento e as ações tanto militares quanto políticas de Israel. Por exemplo, o bombardeamento aéreo no norte da Faixa de Gaza e a consequente aglutinação da população civil no sul da região aparece no documento como primeira fase do plano. A segunda envolveria a invasão terrestre a partir do norte, coisa que os israelenses estão com muita dificuldade para realizar, mas estão investindo muitos recursos para avançar.

Buxbaum então cita outro documento, com o título sugestivo de “Um plano para o reassentamento e reabitação final no Egito da população inteira de Gaza: aspectos econômicos”. O documento foi escrito em 17 de outubro pelo ativista do partido de Netanyahu, o Likud Party, Amir Weitmann, que integra o think tank israelense Misgav. A proposta envolve deslocar o máximo de palestinos para o deserto do Sinai e o restante deveria ser “absorvido” por outros países. Weitmann faz cálculos do custo da operação, que afirma cinicamente ter um caráter “humanitário”. Por exemplo, cita que, em 2017, o Egito tinha cerca de 10 milhões de moradias desocupadas, especialmente em duas cidades satélites do Cairo. Considerando que o preço de um apartamento de três quartos estaria em torno de 19 mil dólares, indica um custo entre 5 e 8 bilhões de dólares para esse ato “humanitário”. O conteúdo, publicado na rede social X, inclui uma avaliação de que essa “injeção” de estímulo econômico traria um enorme e imediato benefício ao governo de al-Sisi no Egito. Chama a atenção ainda que as condições para executar esse plano seriam ideais no momento.

Outro documento publicado pelo think tank Misgav reconhece o apoio da população palestina ao Hamas e conclui que “as alegações da existência de uma clara demarcação ideológica ou política entre a maioria dos moradores de Gaza e o Hamas são completamente infundadas”. Partindo dos sionistas, essa correta avaliação serve para justificar toda a brutalidade que está sendo infligida aos civis palestinos. Buxbaum ressalta que, apesar do documento assinado por Yishai Armoni não igualar civis aos militantes do Hamas, ele aponta que a popularidade do Hamas entre a população deve ser levada em conta para as decisões da campanha militar israelense e nas decisões “pós-guerra” em relação a o que ser feito na Faixa de Gaza.

A reportagem mostra como o pedido de fundos de 14 bilhões de dólares pela Casa Branca ao Congresso norte-americano para financiar a campanhas militares na Palestina e na Ucrânia está relacionado a esse plano de expulsão total dos palestinos da sua terra natal. O documento que requer essas verbas faz menção direta a “possíveis necessidades da população de Gaza de se deslocar para países vizinhos”.

Buxbaum cita ainda diversas fontes que dão conta do envio de armamento contendo fósforo branco dos Estados Unidos para Israel. Esse tipo de arma química é oficialmente proibido pelas Convenções de Genebra, por causar queimaduras profundas. Mais uma prova do quão farsescas são as campanhas dos Estados Unidos contra os “malvados” do mundo. Além de financiar armamento pesado que está sendo usado contra uma população, já com um saldo de milhares de mulheres, crianças e idosos assassinados, os “xerifes do mundo” agora fornecem armas químicas para intensificar o inferno promovido pelos sionistas na Palestina.

Como a jornalista deixa bastante claro a partir das numerosas evidências, toda essa carnificina só é possível pelo apoio de Estados Unidos, Canadá e Europa… ou seja, o imperialismo.

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