O governo do Irã tratou sobre o uso político dos direitos humanos por parte de países europeus para se intrometerem nos assuntos do país. Em resposta às declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, que comentou sobre os recentes acontecimentos no território iraniano, Naser Kanani, porta-voz do governo, afirmou o seguinte:
“Infelizmente, as autoridades de alguns países europeus utilizam os direitos humanos como ferramenta em seus jogos políticos para interferir nos assuntos de outros países e condenamos este enfoque destrutivo.”
Ele também destacou que a política do Irã é voltada ao respeito e ao cumprimento dos fundamentos dos direitos humanos, incluindo a proteção à dignidade humana e à luta contra a opressão, assim como a defesa dos oprimidos.
“Os falsos defensores dos direitos humanos são cúmplices de violações desses direitos ao dar refúgio a líderes e membros de grupos terroristas em seus países e apoiá-los e, ao permanecer em silêncio diante do massacre diário de palestinos pelo regime sionista, apoiando a agressão e a ocupação”, completou Kanani.
É preciso dizer que o governo iraniano está absolutamente correto em sua avaliação. Os países imperialistas, principalmente a partir da crise do petróleo, em 1973, tenta impor a sua política sobre os povos oprimidos com pretensões democráticas, benevolentes, como a defesa dos direitos humanos. Daí que vem, inclusive, o próprio identitarismo, ideologia voltada para infiltrar a política imperialista na esquerda por meio da demagogia com diferentes setores oprimidos da soceidade.
Indício disso é que, concomitante à declaração de Nase Kanani, o governo da França anunciou uma forte mobilização policial, com 11 mil agentes, diante dos protestos pela reforma da previdência. A negativa do governo liderado por Emmanuel Macron com relação À diminuição da idade de aposentadoria agravou o cenário político no país às vésperas de um novo protesto convocado pelos sindicatos.
Com isso, Gérald Darmanin, ministro do interior, informou sobre a mobilização de 11 mil policiais, mil a mais do que foi movimentado diante das grandes manifestações de 19 de janeiro. Segundo a autoridade francesa, aproximadamente quatro mil policiais estarão na capital do país, Paris, onde acontecerá o principal protesto com os líderes de oito grandes centrais sindicais.
Darmanin chegou a enfatizar que aqueles que enfrentarem os policiais ou outros manifestantes serão detidos. Estão previstas para acontecer 268 manifestações por toda a França.
Ou seja, para o Irã, país que está tentando livrar o Oriente Médio das garras do imperialismo por meio do desenvolvimento de seu programa nuclear, de suas indústrias e de sua relação com países como a Rússia e a China, as grandes potências imperialistas defendem os direitos humanos. Enquanto isso, para os seus próprios cidadãos, defendem a repressão policial a um dos direitos mais fundamentais do movimento operário: as manifestações.