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Após décadas

Irã e Egito caminham para restaurar laços diplomáticos

Reaproximação entre os países é mais um capítulo da ruína da ditadura dos Estados Unidos no Oriente Médio

Em entrevista no último domingo (14) à agência iraniana de notícias Tasnim, Fada-Hossein Maleki, membro do parlamento iraniano, e de sua Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior, disse que Irã e Egito planejam reabrir suas respectivas embaixadas, em uma reaproximação após décadas de relações cortadas, desde os anos 80, em seguida da Revolução Iraniana.

Consoante informado, as conversas estão ocorrendo no Iraque, e as perspectivas são positivas.

Maleki também informou que o presidente iraniano Ebrahim Raisi e seu homólogo egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, devem se encontrar pessoalmente no futuro próximo, como parte desse processo de restauração de laços diplomáticos.

Egito e Irã já haviam ensaiado aproximações ao final de 2022, quando o Ministro das Relações Exteriores do Irã se encontrou com o presidente egípcio.

Um eventual reatar de laços diplomáticos entre ambos os países seria um evento de grande importância para o fortalecimento do conjunto dos países do Oriente Médio e de sua possibilidade de trilhar uma política independente perante o imperialismo.

Ambos são os países mais importantes da região. O Egito é o país mais populoso. Irã é o mais industrializado.

A importância do Egito para a região fica patente ao se recordar que o maior movimento nacionalista que já houve no Oriente Médio foi liderado por Gamal Abdel Nasser, após a Segunda Guerra Mundial.

Outro grande acontecimento de características nacionalistas, em que o Egito fora um dos países no centro dos acontecimentos, foi a Primavera Árabe. No país, o movimento de massas levou ao poder a Irmandade Mulçumana, um partido de fortes inspirações nacionalistas, com ligações a outros movimentos com a mesma tendência em países vizinhos. Ameaçado com a possibilidade de que houvesse uma onda de sublevações nacionalistas bem sucedidas por toda a região do Oriente Médio, o imperialismo deu um golpe de militar, derrubando o governo da Irmandade Mulçumana, estabelecendo uma ditadura, que continua a governar o país.

Assim, o atual governo do Egito trata-se de uma ditadura levada ao poder pelos Estados Unidos para conter uma revolta anti-imperialista na região.

Contudo, diante da fraqueza do imperialismo no cenário mundial, e em especial na região do Oriente Médio, essa ditadura está ensaiando uma maior independência, ameaçando se desligar, relativamente, de suas relações com os EUA.

A movimentação do Egito no sentido de se tornar progressivamente mais independente do imperialismo segue na esteira das movimentações que já vêm sendo feitas por outros países que outrora serviram como fiéis pontas de lança dos EUA na região, quais sejam, Arábia Saudita e Israel, em especial o primeiro.

Na segunda quinzena de abril, a Arábia Saudita retomou suas relações diplomáticas com o Irã (inimigo mortal do imperialismo), aproximação este mediada e estimulada pela China.

Em outra movimentação que segue na contramão dos interesses dos EUA no Oriente Médie, Riyadh enviou uma delegação para o Iêmen, para negociar um cessar-fogo com os Hutis, na expectativa de encerrar uma guerra que dura há mais de oito anos. Cumpre lembrar que referido conflito é uma guerra por procuração, em que o imperialismo age por trás da Arábia Saudita para esmagar o Iêmen. Assim, a tentativa de um acordo de paz é diretamente contrária aos interesses imperialistas. A Arábia Saudita já não é mais a ponta de lança preferencial dos EUA no Oriente Médio.

O imperialismo também vem perdendo seu controle sobre Israel. A ditadura sionista, vendo a crescente união dos países árabes, busca se aproximar dos russos, na esperança de que eles possam manobrar para conter diplomaticamente uma revolta árabe contra os crimes do sionismo na região.

Agora, com a notícia de que Egito e Irã pretendem reatar seus laços diplomáticos, o controle dos Estados Unidos sobre o Oriente Médio ficará mais fragilizado ainda. A fim de sustentar sua nova empreitada, Egito tenderá a se aproximar da Rússia e da China. Com o progressivo enfraquecimento do imperialismo vai-se, então, surgindo e consolidando-se uma aliança de países oprimidos contra a ditadura mundial imperialista, o que gera um maior enfraquecimento dessa ditadura, permitindo que mais países oprimidos trilhem o mesmo caminho em direção a um movimento anti-imperialista.

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