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Economia

Intervenção imperialista disfarçada de preocupação com Ianomâmis

Lula não deve ceder à pressão do imperialismo. Deve desenvolver economicamente, em conjunto com as reivindicações reais do povo Ianomâmi, a região que há décadas enfrenta a fome

Nas últimas semanas, a situação deplorável dos Ianomâmis veio à tona e ocupou lugar central na propaganda de toda a imprensa burguesa. Da noite para o dia, a burguesia tornou-se a principal defensora dos direitos dos índios ianomâmis, criticando arduamente o governo Bolsonaro – o qual foi eleito, principalmente, por culpa da grande imprensa – por sua política em relação aos indígenas da região.

Entretanto, tal aflição serve, acima de qualquer coisa, para atacar o Brasil e o seu desenvolvimento enquanto nação. Afinal, o principal culpado pela situação dos Ianomâmis, segundo a imprensa burguesa, não é a pobreza e a falta de desenvolvimento social dessa comunidade, mas sim o garimpo. Conexão que, até o momento, não foi explicada de maneira concreta pelos grandes jornais e seus “especialistas”.

Finalmente, é a mesma política que o imperialismo defende para o Brasil, procurando manter o País intacto – ou seja, atrasado economicamente, sem explorar os seus próprios recursos – para, posteriormente, invadi-lo e assaltar todas as riquezas de seu território. E um acontecimento de alguns anos atrás deixa isso ainda mais claro.

Em 2021, Dário Kopenawa, que se autodeclarou uma liderança Ianomâmi, encontrou-se com Michelle Bachelet, a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, para “denunciar violações e riscos que sofrem por conta de projetos que estão tramitando no país”, segundo reportagem do UOL. O assunto principal da ocasião foi, como não poderia ser diferente, o garimpo em terras indígenas.

Joenia Wapichana (Rede), deputada federal à época que solicitou o encontro, em conjunto com Dário, denunciaram que o governo Bolsonaro não era capaz de garantir os direitos dos Ianomâmis. Frente a isso, Bachelet, uma das grandes representantes da política imperialista no mundo, afirmou que a ONU monitora a situação e que tomará as providências necessárias para garantir que o Brasil consiga lidar com a crise indígena.

O raciocínio é simples e o local da reunião incrimina a pretensão das “lideranças” dos índios: se o governo brasileiro não consegue solucionar o problema, é preciso apelar às potências imperialistas para que elas próprias resolvam a situação, uma política fundamentalmente reacionária.

Afinal, se o Estado brasileiro não consegue garantir a qualidade de vida de determinada população, é preciso lutar pelos seus direitos, pelo investimento e a consequente solução dos problemas de tal grupo. E não convocar o exército imperialista para salvar esses povos. Nesse sentido, Kopenawa não foi ao exterior para denunciar a situação dos Ianomâmis, mas sim, para fazer uma propaganda direitista em prol da intervenção estrangeira no Brasil.

Atualmente, a pressão se repete e, com a escalada da crise dos Ianomâmis, aumenta exponencialmente. Lideranças farsescas, como é o caso de Kopenawa e de Wapichana, querem que o governo Lula arregace as suas pernas para o imperialismo e permita que as grandes potências tomem conta da situação. Uma política que, fundamentalmente, procura entregar as riquezas do povo brasileiro aos capitalistas estrangeiros.

Até porque a solução proposta pelos representantes das ONGs imperialistas no Brasil é completamente inócua. Afirmam ser preciso acabar com o garimpo e o “crime organizado” na região. Como isso ajudará os índios? Decerto que o fim do garimpo ilegal trará benefícios aos Ianomâmis, pois é uma atividade que, quando desenfreada, tem os seus riscos. Entretanto, é uma contribuição absolutamente ínfima para a solução do problema.

A questão é a pobreza: é a falta de hospitais, de casas, de comida, ou seja, do mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. O fim do garimpo não resolve nenhum desses problemas, mas cria um precedente para impedir o desenvolvimento econômico da região. Até porque a proposta das ONGs não é a de regularizar a atividade garimpeira, mas sim, acabar com ela e, dessa forma, preservar as riquezas do território Ianomâmi para que o imperialismo possa explorá-las.

Portanto, o governo Lula não deve ceder à pressão do imperialismo. Deve desenvolver economicamente, em conjunto com as reivindicações reais do povo Ianomâmi, a região que há décadas enfrenta a fome. Assim, emancipará essa população que poderá, finalmente, tomar o seu próprio rumo no que diz respeito à obtenção de condições mínimas de sobrevivência.

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