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A caminho de uma ditadura?

Imperialismo quer criminalizar expressão “Do rio ao mar”

De discurso do ódio à antissemitismo, vale tudo para conter a luta pelo fim do Estado de Israel

censura

No último sábado (18), o jornal Folha de S.Paulo publicou em sua página na internet uma matéria intitulada “Do rio ao mar: por que slogan pró-Palestina é considerado controverso”, que apesar de trazer ao menos três vezes o termo “ocupação” no texto, a imprensa porta-voz dos interesses do imperialismo afirma que tal expressão “deixaria em aberto” o que o mesmo “significaria para o direito de existência de Israel”. O jornalão golpista expressa a preocupação se esta palavra de ordem seria mesmo “um apelo claro à destruição de Israel”, aqui deve-se esclarecer que se trata exatamente de uma forma poética pra reivindicar o “Fim do Estado de Israel”.  

Antes de introduzir a questão, afirma-se que há manifestações em solidariedade tanto a Israel quanto à Palestina. Devemos esclarecer, no entanto, que as ruas dos mais diversos países do mundo não estão divididas, isso é uma falsificação da realidade. Não há apoio popular algum ao regime sionista no mundo senão dos próprios governos imperialistas que o criaram. Hoje no mundo há, ainda que muito pouco organizado para se fazer uma luta efetiva, um enorme movimento em solidariedade a Palestina e contra o estado Israel. É justamente em virtude disso que o imperialismo busca criar apelo para conter a radicalização e criar um apelo emocional. 

As falsificações, o terrorismo e o genocídio 

A publicação também busca fazer uma comparação bastante desproporcional sobre os números de mortes na ação realizada pelos palestinos e na realizada pelos sionistas. A operação dita terrorista pela Folha de S.Paulo teria deixado pelo menos 1.200 israelenses mortos e cerca 240 teriam sido sequestradas. Já a “subsequente ofensiva israelense em Gaza”, assim referida pelo jornal burguês, deixou ao menos 12 mil palestinos mortos.  

O número propagandeado inicialmente por Israel era de 1.400 israelenses mortos e foi reduzido para 1.200, segundo matéria da própria Folha de S.Paulo, publicada no dia 10 de novembro, intitulada “Israel revisa de 1.400 para 1.200 mortos por Hamas em 7/10”. O jornalista norte-americano, editor do sítio The Grayzone na internet, sustenta que o número de mortos na ação das brigadas armadas no dia 7 de outubro foi de 900 israelenses e que podem ter sido vítimas de mísseis das próprias forças sionistas. Segundo a BBC News Brasil, teriam sido 1.159 mortos, incluindo 828 civis e 31 crianças, significa que exatamente 300 eram militares.  

É muito perceptível o grande esforço de inflar os números de mortos israelenses para justificar o verdadeiro genocídio contra a população da Faixa de Gaza. Aqui devemos explicar que os mais de 12 mil mortos palestinos, sendo cerca de 5 mil crianças que somadas às mulheres representam 70% desse total, não eram soldados.  

Veja que os covardes bombardeios, inclusive utilizando fósforo branco, considerado internacionalmente como crime de guerra, pelas forças aéreas sionistas contra uma população que sequer possui defesa antiaérea para minimizar os impactos foram considerados como ofensiva, já as incursões das brigadas armadas do Hamas contra alvos militares e estratégicos principalmente na costa banhada pelo Mar Mediterrâneo foi denominado “terrorismo”.  

A circulação da notícia de quarenta bebês, que inclusive a Casa Branca teve que se retratar depois da declaração de Joe Biden que afirmou ter visto as fotos, demonstra a má-fé dos meios de comunicação da burguesia. Sobre estupro de mulheres e outros absurdos, vale ressaltar a declaração de uma das senhoras libertadas por questões de saúde, que disse ter sido muito bem tratada pelos combatentes do Hamas, o que desmente a demonização dos ditos terroristas. 

A origem da expressão “Do rio ao mar” 

A matéria explica que esta expressão teria sido utilizada em 1964 pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que é o mesmo ano de sua fundação. Esta frente de partidos dominadas pelo Movimento de Libertação Nacional da Palestina (Fatah, sigla em árabe) exigia um único Estado nos marcos de 1947 e rejeitava o plano do imperialismo de criação de Israel aprovado pela ONU (Organização das Nações Unidas). É exatamente por essa posição intransigentemente que a OLP passaria a ser considerada uma organização terrorista pelos países imperialistas. 

Assim destaca que o lema seria adotado cada vez mais depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, também conhecida como Terceira Guerra Árabe-Israelense, onde o Egito perderia o controle sobre a Faixa de Gaza e da Península do Sinai. Da mesma forma, a Jordânia perderia o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. A Síria também perderia as Colinas de Golã. 

O texto não explica que esta região conhecida como Palestina, que foi anexada pelo Império Turco Otomano, sempre foi habitada por árabes onde conviviam cristãos, judeus e mulçumanos. Os supostos judeus que reivindicaram um Estado próprio nunca tiveram qualquer relação com este território, os imigrantes que tomaram conta da Palestina saíram da Europa, Estados Unidos, entre outros países. Isso caracteriza uma colonização que com seu desenvolvimento restringiu os palestinos a guetos dentro do próprio país, como na África do Sul. 

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, sigla em árabe) surgiria somente em 1987, em decorrência da degeneração completa do Fatah ao reconhecer o direito de um Estado judeu, a organização originada na Primeira Intifada passaria a liderar a luta armada por uma Palestina “do rio ao mar” e passaria a ser considerada como terrorista pelo imperialismo. A expressão nada tem a ver com o extermínio dos judeus, mas de uma dominação que promoveu ao longo dos anos um verdadeiro regime de apartheid em todo território. 

Devemos dizer que não há solução para dois Estados, essa proposta é o que existe atualmente e que inevitavelmente resulta neste conflito. É preciso ter claro que nem Israel e tampouco o imperialismo, permitiriam uma região Palestina independente, onde a mesma pudesse organizar uma força militar própria. A criação de um Estado palestino sem o fim do regime sionista provocaria uma escalada ainda maior do conflito na região. A existência da Palestina depende do “Fim do Estado de Israel”.  

A única solução é a luta armada   

Para insinuar que a expressão não tem um sentido claro, a publicação diz que a mesma seria utilizada por também ativistas pacíficos buscando diferenciar do Hamas e cita o cientista político palestino-americano, Yousef Munayyer, que teria argumentado, em 2021, o desejo de um Estado em que “os palestinos possam viver na sua terra natal como cidadãos livres e iguais, que não sejam dominados e nem dominem os outros”. 

Esse desejo que expressa Munayyer não é diferente do que defendia a OLP e tampouco se difere do que defende o Hamas, o problema é como que se chegar a uma para questão sem a luta armada. A Palestina está sendo colonizado há 75 anos, milhões de palestinos foram expulsos, centenas de milhares foram presos e dezenas de milhares foram assassinado. Nenhuma negociação diplomática foi possível para findar o conflito, Israel pratica uma verdadeira limpeza étnica e dominou quase todo território. 

A única chance para os palestinos não serem humilhados, espancados e mortos seria aceitar viver como escravos dentro do próprio território. Portanto, a única forma de viverem com dignidade dentro da Palestina é lutando contra a existência de Israel e para isso não há outra forma que não seja pegar em armas. Somente a luta armada pode libertar a Palestina da dominação do sionismo. 

Antissemitismo e censura 

A imprensa canalha busca defender de que a expressão do “Do rio ao mar” seria antissemita, mas são os árabes que estão sendo subjugados na Palestina e não os judeus. Muito pelo contrário da insinuação, são os palestinos que perderam o direito de ir e vir, que foram presos simplesmente por serem árabes e que foram executados sumariamente pelas forças sionistas desde 1948. 

O holocausto promovido pela Alemanha nazista foi um fenômeno único na história, nenhum outro regime praticou uma política de extermínio e tampouco de perseguição aos judeus. Os sionistas são judeus que colaboram com o nazismo, por isso foram apoiados na criação do estado de Israel. Mas ainda que fosse o mesmo povo que foi perseguido pelo regime da Alemanha nazista, isso não garante o direito de praticar a mesma monstruosidade com os palestinos. 

O sionismo é um movimento político supremacista que busca exterminar a população árabe da Palestina, são os palestinos as vítimas do racismo de estado que os restringe a guetos. Não se pode ter qualquer dúvida de que o regime sionista é o nazismo dos tempos de hoje. 

O imperialismo acumulou uma série de derrotas já nas primeiras décadas do século XI, nos últimos anos perdeu no Afeganistão, vem perdendo na Ucrânia e em países da África. Uma derrota na Palestina pode ser a pá de cal para sua dominação global, assim busca avançar contra o movimento dos oprimidos que cresce e que deve ganhar força por meio da censura. 

Os países imperialistas como a Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha estão buscando a todo custo criminalizar o lema “Do rio ao mar”, caracterizando-a como discurso do ódio. Essa censura já está sendo colocada em prática na internet, até mesmo Elon Musk foi constrangido a proibir a utilização dessa expressão pelos usuários do X (antigo Twitter), rede social de sua propriedade. O desenvolvimento dessa situação demonstra que o mundo caminha para uma ditadura sem precedentes na história.

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