Para colocar mais tensão entre Armênia e Azerbaijão, a França garantiu o fornecimento de armas à Armênia. Catherine Colonna, ministra de Relações Exteriores da França, declarou no último dia 3 que concordou com o acordo que garante o fornecimento de insumo militar à Armênia. O argumento da ministra para o apoio francês seria para a Armênia conseguir garantir a sua defesa contra aqueles que tentar violar a integridade física, sob a alegação de que o “Azerbaijão nunca parou de se armar para realizar ações ofensivas”. A fala da ministra foi completada com o desejo de que países aliados da França como os EUA, ou seja, os países imperialistas, deem apoio sobre essa questão.
A atitude da França é de demagogia pura, sendo que a região de Armênia sofre há anos com o conflito com seu país vizinho, Azerbaijão, pelo território do Alto Carabaque, com guerra declarada mais de uma vez, sempre apaziguada com a intervenção da Rússia. O atual primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, é criticado por trair seu povo e atender aos interesses dos EUA. Segundo Akeksandr Konkov, de Departamento de Análise Política da Universidade Estatal Lomonosov de Moscou para Sputnik, o fim do Alto Carabaque é um testemunho do colapso do modelo geral de política pró-ocidente no Cáucaso. “Pashinyan caiu na mesma armadilha (…) ao apostar na aplicação universal dos valores ocidentais na resolução de conflitos regionais. Em vez de procurar chegar a acordos na região e procurar soluções para as realidades que se desenrolam no terreno, ele começou a procurar apoio muito além da própria região”.
A região, que já fez parte de Transcaucásia durante era a soviética (República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana) era composto por Armênia, Geórgia e Azerbaijão, é uma região banhada pelo Mar Negro à esquerda e por Mar Cáspio à direita. Ou seja, o caminho do ocidente para a Rússia e Oriente Médio. A era soviética acabou, mas a Rússia mantém forte presença na região. O objetivo dos EUA, segundo Konkov, é expulsar os russos e atribuir a responsabilidade dos acontecimentos não à Armênia, mas ao gigante eslavo.
Primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, subiu ao poder em 2018, após derrubar o governo anterior através da chamada Revolução de Veludo, da qual foi líder. Segundo Semyon Bagdasarov, diretor de Centro de Estudos do Oriente Médio e Ásia Central para Sputnik, Pashinyan, quando se tornou primeiro-ministro em 2018, já era uma marionete dos EUA. E a presença americana é percebido como uma tentativa de invalidar o acordo de paz e estimular ainda mais o conflito.
A região do Alto Carabaque tem a população de maioria armênia. Milhares de pessoas foram vitimadas pelos inúmeros conflitos. O conflito sobre a região de Alto Carabaque tem causado insatisfação do povo da Armênia contra Pashinyan, culpando-o. A entrega da região à Azerbaijão desencadeou protestos na capital, Yerevan. Mais de 100 mil pessoas deixaram suas casas e seguiram em sentido à Armênia. O governo de Azerbaijão declarou que garantirá a autonomia cultural e religiosa da população de Alto Carabaque.
Com esse jogo político de dominação dos países imperialistas, como sempre quem é prejudicado é o povo, à sua própria sorte. Após ausência de 30 anos, a tropa de ONU entrou na região de Alto Carabaque para averiguar se existe alguma inconformidade com direitos humanos. A região de Alto Carabaque não é muito populosa, o censo de 2015 indicava população de cerca de 150 mil habitantes.
Com a última decisão política, cerca de 100 mil pessoas abandonaram tudo e fugiram para Armênia. Uma parte da população da Armênia está furiosa com os acontecimentos da região. E o Primeiro-ministro da Armênia é acusado de ser fantoche dos EUA. França garante armamento para Armênia. EUA quer tirar Rússia da região. França faz parte da OTAN, mas no passado já saiu e retornou em 2009. O futuro não é nada promissora para o povo.