A força militar desde sempre serviu como alicerce para as conquistas econômicas, assim como a base da economia permitiu as forças tecnológicas militares se desenvolverem, um lastro de poder e dominação de povos e nações sobre os demais ao longo de gerações por milênios.
Desde o final da segunda guerra mundial, os EUA se consolidou como a primeira potência econômica e militar do planeta na fase do imperialismo. Esse grande condomínio de poder e expropriação mundial, com seus aliados europeus, japoneses e canadenses formaram esse poderoso bloco denominado G7, os 7 países mais industrializados e ricos desde o século 20.
Esse condomínio fechado, onde reside o G7 é comandado pelos EUA que representa a força coercitiva do imperialismo. O que talvez salte aos olhos dos mais desatentos, se trata da rapidez com que a crise do imperialismo se alastrou no interior dessa coalisão desde o final do século 20.
Muitas pessoas consideravam que o período de crescimento vigoroso do capitalismo pós-segunda guerra levaria a pujança crescente das nações ricas, mesmo no período de agravamento da crise estrutural do capitalismo na década de 1970. Ao mesmo tempo, o neoliberalismo procurou controlar a sangria da crise do esgotamento do período fordista de produção pós-guerra com mais liberalização e desregulamentação econômica: abertura de “mercados”, privatizações em massa, redução das políticas de seguridade social, entre outras.
Com a derrocada da ex-União Soviética, muitos “analistas” consideraram que o capitalismo iria continuar ainda mais reinante sob o controle do imperialismo e com os EUA à sua frente. Entretanto, a crise financeira internacional com epicentro nos EUA e o fortalecimento da China e da Rússia revelaram que a crise da década de 1970, não havia sido solucionada através do receituário neoliberal, mas estancado a sangria aparente enquanto a hemorragia interna impulsionada pela especulação financeira colocava o “paciente” – o imperialismo – novamente na UTI a partir de 2008.
O golpe de Estado na Ucrânia de 2014 e a resposta da Rússia com a anexação da Criméia, marca uma fase de maior aprofundamento da crise do imperialismo, onde conjuntamente a crise na Síria, a ascensão de Trump nos EUA, a saída das tropas militares do Iraque e a retomada do Afeganistão por parte do Talibã são consideradas derrotas acachapantes do imperialismo comandado pelos EUA.
A Covid-19, a guerra da Ucrânia, a aproximação ainda maior entre Rússia e China, a aproximação entre a Arábia Saudita e o Irã, agora dos países africanos com a Rússia são fatos históricos que deixam ainda mais claro o atual momento de degradação desse mesmo imperialismo. Todos esses fatores de conjunto pioram ainda mais a situação do paciente terminal – o imperialismo.
Vamos retomar que ainda em 2020, os EUA enviou cerca de 3 mil soldados ao Oriente Médio com o objetivo de assegurar que precisam desesperadamente tentar manter o controle e o domínio político da situação no Oriente Médio.
O crescente aumento das tensões entre Israel e os territórios ocupados na Palestina pelo satélite “cão de guarda” do imperialismo a mando dos EUA, o desprendimento da Arábia Saudita da influência geopolítica dos EUA, a falência da Ucrânia numa guerra que está perdida, assim como a moral da OTAN, além do golpe progressista e nacionalista no Níger, são ingredientes que contribuem muito para que nem mesmo com auxílio de “aparelhos” o imperialismo conseguirá respirar e a falência dos seus órgãos na forma de consortes ou parceiros europeus ocorrerá com o tempo histórico que se aproxima.
A rebelião dos países africanos e de muitos ao longo da Ásia e Oriente Médio, mais recentemente são o reflexo da degradação do imperialismo, onde o envio de tropas não evitará a morte do paciente já anunciada.