No dia 26 de julho, houve um golpe de Estado no Níger, país da África Ocidental. O golpe foi dado por militares nacionalistas, com apoio da população, resultando na derrubada de um presidente pró-imperialista.
Quase que imediatamente o imperialismo acionou toda a imprensa que está na sua folha de pagamento (inclusive a imprensa golpista brasileira), desatando uma propaganda para condenar o golpe, e pedir para que “democracia” fosse restaurada.
Poucos dias depois, os países imperialistas, em especial a França, ordenaram aos seus governos títeres da África Ocidental para que através da CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) dessem um ultimato ao novo governo do Níger: entregar o poder ou ser alvo de uma invasão militar.
O prazo do ultimato se encerrou nesse domingo (6). E, devido à falta de unanimidade interna nos países, ao apoio de Burkina Fasso, Mali, Argélia e das massas ao novo governo do Níger, nenhuma invasão aconteceu. Diante disto, a CEDEAO anunciou uma nova reunião, para decidir os próximos passos.
Realizada nesta quinta, foi determinada a ativação imediata da força de prontidão da CEDEAO como todos os seus elementos. Determinou-se, igualmente, o envio da Força de Intervenção da CEDEAO para restabelecer a ordem constitucional na República do Níger”. Ou seja, os fantoches do imperialismo já se mobilizam para invadir seu país vizinho e ser bucha de canhão dos EUA e da Europa.
A aposta foi elevada, o imperialismo se mostra mais agressivo. Contudo, aumento da agressividade é mais um sintoma de seu enfraquecimento. Segue perdendo controle de sua ditadura em todos os cantos do mundo. Na região do Sahel, já perdeu o controle sobre a Burkina Fasso, a República Centro-Africana e o Mali, onde subiram ao poder governos nacionalistas. Agora foi a vez do Níger. No Senegal a população já se mostra revoltosa contra os franceses. A cada país que se insurge derrubando seus governos pró-imperialistas, a tendência é que outros sigam o exemplo. Um efeito dominó.
Assim, é fundamental ao imperialismo, seja o francês, o europeu ou o norte-americano, derrubar o novo governo nacionalista do Níger. Para frear movimento anti-imperialista que cresce a cada dia no continente Africano.
Daí a decisão da CEDEAO em invadir o Níger.
Contudo, essa decisão pode ser mostrar um erro para o imperialismo. Uma intervenção militar no Níger poderia incendiar a pradaria, acelerando o crescimento do movimento anti-imperialista na África. Poderia até mesmo criar uma situação de características revolucionárias.
E, uma insurreição generalizada no continente Africano seria um enorme golpe contra o imperialismo. Poderia gerar uma reação em cadeia em âmbito mundial.
Nesse sentido, é importante relembrar o Afeganistão. Em 2021, a população afegã, liderada pelo Talibã expulsou os EUA do país, em uma das derrotas mais catastróficas da história do todo poderoso exército norte-americano.
Esse fato expôs a debilidade do imperialismo, estimulando inúmeros países oprimidos a enfrentarem os EUA e a Europa. Sem a derrota dos americanos no Afeganistão, é possível que a Rússia não tivesse invadir a Ucrânia para se defender do imperialismo.
E essa reação em cadeia decorreu da insurreição popular em apenas um país. Caso algo semelhante ocorresse em todo o continente africano, representaria um desastre ainda maior para o império, escalando a situação de crise mundial, e empurrando os países imperialistas para um conflito mundial contra os países atrasados.
Diante disto, todo apoio deve ser dado ao Níger na luta contra o imperialismo e contra seus fantoches da CEDEAO. Uma eventual derrota dos americanos e dos europeus seria uma vitória para todos os povos oprimidos do mundo, e seria mais um passo em direção à derrocada final do capitalismo.