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GLO

Impelido por Dino, Lula coloca militares em portos e aeroportos

Na prática, a GLO determina que, nos portos, a Marinha fará inspeções nos terminais citados com apoio de tropas de Fuzileiros Navais nas ações de revista pessoal e de fiscalização

Nessa segunda-feira (6), começou a Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos no Rio de Janeiro e em São Paulo. A medida, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrerá até 3 de maio de 2024. Segundo o governo, a operação, que inclui ações de prevenção e repressão ao crime organizado, tem como objetivo combater o tráfico de drogas e de armas.

Por meio de nota oficial, a Marinha do Brasil afirmou que os militares atuarão nos Portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP). Serão empregados 1.900 militares, além de embarcações e viaturas blindadas. Além do Exército, a GLO contará com a participação das Polícias Rodoviária Federal e Federal e da Receita Federal, além de outros órgãos envolvidos com controle de portos e águas interiores.

Durante o programa semanal “Conversa com o Presidente”, Lula comentou sobre a GLO:

“Criamos uma operação integrada de combate ao crime organizado. Nós resolvemos fazer uma GLO específica para um porto do Rio de Janeiro, para o Porto de Santos, para o Porto de Itaguaí, também no Rio de Janeiro, para o aeroporto do Galeão e o aeroporto de Guarulhos. Nesses lugares vai ter a Aeronáutica e a Marinha participando, junto com a Polícia Federal, para ver se a gente combate definitivamente o crime organizado neste país. E o Exército e a Aeronáutica irão trabalhar também na faixa de fronteira, entre Brasil e Paraguai, pegando os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, inclusive o Lago de Itaipu”, detalhou o presidente. “Precisamos combater muito o tráfico de armas, de drogas, de cigarro. Tudo que for tráfico a gente vai ter que combater. E, portanto, a gente está tratando isso com muita seriedade. Estamos combinados com os governadores, com a Polícia Federal, Marinha, Aeronáutica e Exército, com a Força Nacional e a Polícia Rodoviária Federal. Nós vamos definitivamente tirar o poder da organização chamada crime organizado. Isso foi anunciado na semana passada, já está em funcionamento”.

Na prática, a GLO determina que, nos portos, a Marinha fará inspeções nos terminais citados com apoio de tropas de Fuzileiros Navais nas ações de revista pessoal e de fiscalização de mercadorias. Além disso, a Marinha conduzirá iniciativas de inspeção nas baías de Guanabara, no Rio, e de Sepetina, em São Paulo, e nos acessos ao Porto de Santos. Esse patrulhamento terá o apoio das polícias estaduais e da Polícia Federal.

Os aeroportos, por sua vez, ficarão sob responsabilidade da Aeronáutica. Nos dois locais citados, serão escalados 600 militares para a inspeção. Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, afirmou que os escalados terão “poder de polícia” nos terminais de Guarulhos e do Galeão.

“A decisão do Lula de aplicar a GLO é uma medida errada”, afirmou João Jorge Caproni Pimenta, dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), a esta reportagem. “Em primeiro lugar, ele faz isso para tentar aplacar uma opinião pública de direita que fala que a situação da segurança pública está saindo do controle. Mas é uma medida inútil para isso, veja que a família Bolsonaro elogiou o Lula, mas isso não vai ganhar votos para ele. O cara que acha que o Lula tem que fazer alguma coisa em relação à segurança pública vai votar no Bolsonaro”.

João Pimenta, que está sendo perseguido pela direita bolsonarista-sionista por sua defesa da ação heroica dos combatentes do Hamas em sua luta contra a ocupação fascista de Israel, também afirmou que o efeito política que a GLO terá frente à população é muito negativo.

“Ele vai acostumando a população a ter as Forças Armadas na política e atuando na sociedade civil, mesmo que a GLO seja restrita aos lugares de portos e aeroportos, coisa que eles nunca deveriam fazer […] Então não vai ter efeito prático para o combate ao crime, vai ter um efeito político importante e negativo e não vai ganhar voto para o governo”, disse.

A medida vem sendo amplamente criticada pelo partido. Em seu programa semanal “Análise de 3ª”, na Rádio Causa Operária, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, afirmou que a GLO do governo “é uma decisão, além de reacionária, politicamente perigosa”.

“No final das contas, é reacionária porque estabelece o princípio da intervenção das Forças Armadas nos assuntos civis”. Ao mesmo tempo, aponta o dirigente trotskista, seria politicamente perigosa porque a medida “prepara um golpe de Estado”.

O presidente do PCO lembrou que foi durante a intervenção militar no Rio de Janeiro, durante o governo de Michel Temer, que foi projetada a figura de Walter Braga Netto, general que concorreu como candidato a vice-presidente ao lado de Jair Bolsonaro (PL).

Outro ponto da GLO que está sendo criticado pela esquerda é o fato de que o comando da Operação ficará nas mãos de Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, e de José Múcio, ministro da Defesa. O acompanhamento das ações de inspeção dos portos e aeroportos será feito pelo Governo Federal por meio de um comitê, que será coordenado justamente por Múcio e Dino.

De acordo com Paulo Cappeli do Metrópoles, jornal burguês brasiliense, foi Dino quem convenceu Lula de mudar de posição em relação ao GLO. Ele teria argumentado que a Operação poderia ser implementada de maneira segmentada, não necessariamente abrangendo todo o território de um estado. Isso, por sua vez, teria feito Lula reconsiderar sua opinião anterior.

“Esse Flávio Dino já está fazendo isso há um tempo, teve o caso que ele mandou tanques blindados para a polícia do Rio de Janeiro. Ele está fechado totalmente com a política do Cláudio Castro, um bolsonarista governador do Rio de Janeiro, que basicamente tem o recorde em chacinas em favela. Essa é a política do Dino, ele é um direitista no governo Lula e, com essa GLO que, na prática, assume uma política que eu não considero que é do Lula, mas do Dino; ele coloca o Governo Federal para atuar como a extrema-direita, apesar de ele ter sido eleito como um governo de esquerda”, afirmou Vinícius Rodrigues, dirigente do PCO no Rio de Janeiro, em declaração para esta reportagem. “É isso que o Flávio Dino faz, ele importa a política do Bolsonaro para o governo Lula”.

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