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Faixa de Gaza

Hamas é organização legítima que atua no cotidiano dos palestinos

Nos anos 1990, cerca de 85% do seu orçamento foi atribuído aos serviços sociais, tornando o Movimento de Resistência Islâmica o maior prestador de serviços sociais da Palestina

Assim que a resistência palestina, liderada pelo Hamas, desferiu uma derrota a “Israel” e ao imperialismo no dia 7 de outubro, foi desatada a mais virulenta campanha de difamação contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), caracterizando seus militantes como terroristas, como demônios que saíram do inferno para aterrorizar pobres judeus israelenses, em especial mulheres e crianças.

Nada poderia ser mais distante da realidade, pois, para viabilizar essa campanha difamatória, tiveram de esconder o fato de o Hamas ser um partido político que coordena uma extensa rede de trabalho social em Gaza, sendo a principal garantia do mínimo de dignidade para aqueles palestinos que estão enclausurados por “Israel” no maior campo de concentração da história.

Aliás, para além da luta consequente contra “Israel” e o sionismo, sem as capitulações da OLP e do Fatá, é também o trabalho social do Hamas que lhe tornou uma organização genuinamente popular perante os palestinos, trabalho este que é realizado através de sua ala chamada Dawah. Na década de 1990, cerca de 85% do seu orçamento foi atribuído à prestação de serviços sociais, tornando o Movimento de Resistência Islâmica no maior prestador de serviços sociais da Palestina. Em 2000, o Hamas ou as suas instituições de caridade afiliadas administravam cerca de 40% das instituições sociais na Cisjordânia e em Gaza e, com outras instituições de caridade islâmicas, em 2005, apoiavam 120.000 indivíduos com apoio financeiro mensal em Gaza.

De forma que, no ano de 2006, até mesmo o jornal Los Angeles Times teve de reconhecer essa realidade, atribuindo a vitória eleitoral do Hamas a esse trabalho, quando o partido ganhou a maioria dos assentos no parlamento palestino.

A matéria publicada pelo jornal imperialista, em 2 de março de 2006, exemplifica a amplitude do trabalho social do Hamas, trabalho este que atende às necessidades cotidianas mais básicas da população de Gaza:

“A pequena clínica [dentária] à beira de um dos maiores campos de refugiados da Faixa de Gaza é uma das centenas de centros médicos, bancos alimentares, campos de férias e escolas em toda a Cisjordânia e Gaza operados por instituições de caridade islâmicas, muitas delas ligadas ao Movimento de Resistência Islâmica”.

Chega ainda a compará-lo com os serviços oferecidos pela ANP (Autoridade Nacional Palestina), a qual é comandada pela OLP/Fatá, dizendo que estes são de inferior qualidade:

“A recente vitória do grupo militante nas eleições parlamentares é um testemunho, em parte, do seu longo historial nas ruas. Os seus serviços são frequentemente vistos como sendo de maior qualidade e menos contaminados pela corrupção do que a rede social pesada e muitas vezes ineficaz operada pela Autoridade Palestiniana controlada até agora pela Fatá”.

Prossegue exemplificando a atuação do Hamas inclusive no alívio à fome, deixando claro a atuação em conjunto com outras entidades islâmicas e que o esforço humanitário e social do partido continua a ser realizado apesar da escassez de recursos:

“O Hamas tem sido muito bom a compartimentar as suas atividades – onde têm uma cozinha comunitária, por exemplo, simplesmente dão sopa, nada mais.

[…]

Nas últimas duas décadas, várias grandes instituições de caridade islâmicas passaram a estar intimamente associadas ao Hamas, incluindo a rede Mujamma Islami, a Sociedade Al Salah, o Centro Islâmico e a Universidade Islâmica de Gaza.

O Hamas não tem muitos recursos, mas eles têm uma grande rede de caridade que trabalha para reduzir o sofrimento do povo palestino.”

Ademais disto, o Movimento de Resistência Islâmica atua onde os serviços públicos não funcionam e/ou não atendem as reais necessidades dos palestinos. No caso, serviços públicos eram aqueles fornecidos pelo Estado oficial palestino, controlado pela ANP, um fantoche de “Israel” e dos EUA:

“Naturalmente, demos nossos votos ao Hamas, porque são eles que atendem às nossas necessidades. A combinação improvável de serviços oferecidos na Clínica Al Quds – pediatria, cuidados de saúde materna, ortodontia e cuidados pós-cirúrgicos – não é por acaso. Mujamma Islami, que abriu o centro em Outubro de 2002, fez um levantamento das clínicas que já funcionam em Khan Yunis. ‘Fizemos estudos e chegámos à decisão que alguns serviços não são suficientemente bons nos hospitais públicos e, por isso, decidimos oferecer nós próprios esses serviços’, disse o diretor da clínica, Atiya Abumoaamar. ‘A questão é que os hospitais públicos são muito, muito baratos, por isso competimos com eles não em preços, mas em qualidade’. Ao mesmo tempo, os honorários são geralmente substancialmente mais baixos do que os das clínicas privadas. O número de casos chega agora a 400 pacientes por mês e, se houver lucro no final do mês, Abumoaamar divide-o com médicos e pessoal do consultório. Caso contrário, trabalham sem salário como voluntários”.

Mostrando também que o Hamas não abandonou aqueles que lutam, e que não está interessado apenas em comprar apoio do povo através de caridade, o serviço social prestado pelo partido também era estendido às famílias daqueles que caíram na luta contra o sionismo, incluso os difamados homens-bomba:

“Alguns dos programas mais controversos operados pelas instituições de caridade muçulmanas fornecem estipêndios, moradia e ajuda financeira direta às famílias dos homens-bomba. Nas vielas estreitas dos extensos campos de refugiados em Deir al Balah, centenas de famílias recebem pagamentos em dinheiro de US$40 a US$100 por mês de Mujamma Islami e Al Salah, junto com carne, feijão, farinha e ovos. ‘Ficaríamos completamente desamparados sem essa ajuda’, disse Ataf Ostaz, de 41 anos, mãe de nove filhos”.

Vê-se, então, que o Hamas é um verdadeiro Partido político, em toda sua extensão. Além de possuir um braço armado que luta pela libertação do povo palestino, das garras do monstro sionista, ele também promove um amplo trabalho social, promovendo a dignidade que é possível dadas as condições àqueles que vivem no maior campo de concentração que a história já viu, sob a ditadura do Estado fascista de “Israel”.

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