A guerra no Iraque foi o início do enfraquecimento gradual dos Estados Unidos, disse à Sputnik Sachi Sakanashi, vice-diretora do Centro de Estudos do Oriente Médio do Instituto de Pesquisa de Energia e Economia do Japão, no 20º aniversário da invasão do Iraque pelos EUA.
“Se olharmos [da perspectiva] de hoje, podemos dizer que essa guerra levou foi a causa de a ‘envergadura de braços’ dos EUA se ter verificado grande demais, devido ao que se iniciou seu enfraquecimento gradual”, observou Sakanashi.
A especialista acredita que os objetivos iniciais e os resultados finais dessa guerra foram diferentes.
“Os objetivos da guerra no Iraque eram designados como o ‘combate contra o terrorismo’ ou a ‘guerra pela democratização do Iraque’, mas como resultado ficou claro que o Iraque não tinha armas de destruição em massa, e também ficou claro que a derrubada de uma ditadura pela força não dá origem tanto à democratização como à desordem e caos”, ressaltou Sakanashi.
A guerra do Iraque lançou dúvidas sobre a justeza dos EUA e também demonstrou que nem todos os objetivos políticos podem ser alcançados por meios militares.
“Por meio da guerra no Iraque até mesmo pessoas comuns começaram a se perguntar: “Não estariam os EUA exagerando as suas forças quando a guerra começou?”, ou que “afinal nem sempre os EUA tomam as decisões certas, enquanto a gama de problemas que podem ser resolvidos usando a força é na verdade limitada”, frisou acadêmica japonesa.
Ela acrescentou que um dos fatores como a guerra no Iraque afetou o mundo e a região foi a percepção de que a eficácia do uso da força é limitada.
A operação militar dos EUA e da coalizão anti-iraquiana chamada Choque e Pavor, mais tarde denominada de Liberdade Iraquiana, começou em 20 de março de 2003. A razão oficial para a invasão foi a conexão do regime de Saddam Hussein com o terrorismo internacional, bem como informações da CIA sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, que posteriormente não foi confirmada. A operação foi realizada sem autorização da ONU.
