A imprensa capitalista, aliada ao sionismo, tem derramado ódio contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe). Quem acompanha o “jornalismo” mentiroso dos principais órgãos de imprensa pode ter a impressão que o partido estaria realizando uma guerra fundamentalista contra Israel, com atentados terroristas por ódio aos judeus.
Nada está mais longe da realidade. O Hamas é um partido que luta pela libertação da Palestina contra o Estado de Israel, um enclave do imperialismo no Oriente Médio. A organização islâmica se tornou o partido das massas palestinas durante as Intifadas, os dois levantes (em 1987-1993 e 2000-2005) populares que ameaçaram a existência do Estado sionista.
Israel é um Estado fundado no massacre da população palestina. Na época de sua fundação, mais de 400 aldeias da população árabe, nativa da região, foram invadidas e diversos massacres contra civis desarmados foram realizados, resultando na expulsão de 800 mil palestinos de suas terras. As milícias fascistas israelenses iniciaram um genocídio e uma limpeza étnica, enfiando os palestinos restantes em guetos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, sob uma brutal ditadura militar. Os sionistas chegaram mesmo a usar armas biológicas para exterminar e adoecer a população palestina.
A brutal repressão levou os palestinos a se tornarem a maior população refugiada do mundo: são cerca de 5 milhões fora da Palestina, vivendo em acampamentos precários em países vizinhos, principalmente Jordânia, Síria e Líbano. Esses acampamentos, ao longo da história, também foram alvos de massacres promovidos por Israel. Na Palestina, os campos de concentração a céu aberto, que existem há décadas, demonstram que o sionismo é pior que o nazismo, realizando um genocídio menos bem estruturado, mas muito mais longevo contra os palestinos.
Desde a eleição do Hamas nas eleições legislativas de 2006, Israel impõe um bloqueio à Faixa de Gaza, impedindo a população palestina de ter acesso a bens essenciais, enquanto a água é insalubre, infectada pelos bombardeios criminosos promovido pelo Estado ocupante. Israel é, assim, a maior organização terrorista do mundo. E é esse terrorismo que o Hamas combate.
A organização islâmica sunita está à frente da guerra pela libertação nacional, atualmente apoiada por outros grupos da resistência armada palestina, como a marxista FPLP, a xiita Jiade Islâmica, entre outros. Desde a eleição do Hamas, Israel aumentou seu terrorismo contra Gaza, em bombardeios que matam, indiscriminadamente, civis, principalmente os mais indefesos, mulheres, crianças e idosos. Atingem, calculadamente, hospitais, ambulâncias, escolas, com o objetivo de levar adiante a limpeza étnica dos palestinos.
Em 2021, após bombardeios que mataram quase 300 palestinos e deixaram feridos mais de 3 mil, a resistência palestina começou a organizar sua ofensiva, resultando na Operação Dilúvio Al-Aqsa, de 7 de outubro de 2023. Os grupos se unificaram e se preparam para enfrentar, de forma heroica, o Estado melhor e mais bem armado de todo o Oriente Médio – Estado esse que se sustenta com as nações imperialistas mais potentes do mundo.
Os massacres contra palestinos, o genocídio e a limpeza étnica transformam, portanto, a ofensiva liderada pelo Hamas em uma guerra de autodefesa. Não há nada de terrorismo, nem de fundamentalismo, pretextos usados pela imprensa para atacar a organização e, assim, defender o terrorismo sionista. O Islã é apenas a forma como aparece a ideologia da luta de libertação da Palestina. Algo normal; os grupos nacionalistas que conquistaram a independência da Irlanda contra o Reino Unido também eram profundamente religiosos, mas católicos.
O Hamas defende os interesses da Palestina contra um Estado colonial e racista. Pouco importa se a ideologia é “ruim”. Aqueles que defendem os palestinos e o fim do Estado de Israel precisam apoiar o Movimento de Resistência Islâmica, pois é ele que está na vanguarda da luta pela libertação dos palestinos.