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Ditadura

GSI teve papel fundamental no Golpe de 64

Órgão é uma instituição anti-democrática

O Gabinete de Segurança Institucional, acusado de conspirar contra o governo Lula, não começou a possuir um caráter golpista nos dias de hoje. Fundado no Estado Novo fascista, prosseguiu com o seu teor até a atualidade, passando por todas as fases da democracia brasileira sem deixar de lado a ânsia pelo golpe e por um poder paralelo das Forças Armadas.

Desde a sua origem, o GSI – chamado, então, de Gabinete Militar – só possuiu Generais a ocuparem os cargos de liderança, tendo tido papel de destaque na perseguição à oposição política ao Estado Novo logo em sua fundação. Nos anos que se sucederam, sua atuação não foi muito diferente da que acontecia no regime fascista. O GSI foi implacável no desgaste de Jânio Quadros e, principalmente, de João Goulart, estando na linha de frente do movimento militar que o derrubou.

No meio dos generais que ocuparam o cargo, em 1961 quem estava à frente da pasta era ninguém menos que o então general Ernesto Geisel; futuro presidente da Ditadura Militar brasileira entre os anos de 1974 e 1977. Considerado linha-dura, é impossível acreditar que um presidente do governo que derrubou João Goulart e endureceu a repressão contra todos os trabalhadores não estava envolvido no processo de sua derrubada, sendo que ele estava, sobretudo, com um cargo de altíssimo poder na segurança e nas Forças Armadas dos anos anteriores ao golpe.

Outro indicativo se dá nos anos que se passaram depois do golpe de 1964, pois a pasta não possuiu nenhuma alteração durante a transição da democracia para o regime de exceção dos militares. Os nomes, inclusive, eram generais sem diferenças políticas dos que ocupavam o cargo anteriormente; todos antidemocráticos, anticomunistas e que perseguiam opositores políticos, conspirando internamente, sempre, em favor de governos militares e do poder nas mãos das Forças Armadas – agindo como um verdadeiro poder paralelo.

João Batista de Oliveira Figueiredo, general que assumiu a cadeira presidencial após Geisel, foi o chefe do GSI logo antes disso acontecer; ocupando o cargo de 1969 até 1974. Só o fato de que o ex-ministro foi direto do Gabinete de Segurança Institucional para a Presidência da “República” mostra a relação direta do órgão com a orquestra existente para manter o poder nas mãos das Forças Armadas. Não é preciso pontuar, porém, que os militares no poder em nossa história perseguiram os trabalhadores e nunca se importam com o direito de organização, reunião e expressão da classe operária – sendo braços da burguesia, por vezes nacional e por vezes imperialista.

À medida que o tempo passou, sua importante relação com o movimento antidemocrático não se esvaiu. Continuou com o nome de “Gabinete Militar” pelos anos seguintes ao “fim” da ditadura, mas, como é de costume na democracia burguesa brasileira, os aparatos fascistas e repressivos não devem ser extintos ou combativos, mas apenas passarem por uma mudança em sua nomenclatura. O Gabinete Militar passou a se chamar Casa Militar, durante o governo Collor, sendo rapidamente alterado para Gabinete de Segurança Institucional; um nome que, apesar de mais bonito, não representou nenhuma alteração na realidade vigente. Os mesmos generais seguiram assumindo os mesmos cargos, de forma que a pasta seguisse sendo uma extensão oficial das intenções golpistas e ditatoriais das Forças Armadas.

Quando Lula chegou ao poder, em 2003, extinguiu o cargo de Ministro-Chefe do GSI, mesmo não extirpando a influência militar ao longo de seu mandato, porém a “Casa Militar” foi refundada na gestão do golpista Michel Temer, passando por uma alteração de nome novamente no governo de Bolsonaro – que, na prática, nada mais foi do que um Temer que fala feio.

O golpe de 1964 foi realizado em conjunto entre a burguesia e os militares, de forma com que o Gabinete de Segurança Institucional agisse como um tentáculo dos escritórios de Washington. Os generais que assumiram o cargo, em sua unanimidade, agiram pela derrubada de Jango, garantindo que o regime de exceção ocorresse e que os cães utilizados para a caça fossem os mesmos independente de quem governasse. O GSI é, de forma prática, o braço oficial das Forças Armadas no regime brasileiro – de sua fundação até os dias atuais.

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