A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), querendo tirar o seu da reta, acabou por dedurar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – órgão que é subordinado -, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério da Defesa, e demais órgãos que integram o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). No total são 48 órgãos de 16 ministérios.
Anteriormente à invasão das sedes dos três poderes, a Abin disparou diversos informes e alertas através do Sisbin, destacando o perigo de possíveis ataques contra prédios públicos.
Aí fica o questionamento: se o GSI, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério da Defesa, possuíam de maneira prévia as informações concretas da possibilidade de invasão dos prédios públicos, por que não agiram com o devido cuidado que se deveria ter? Imaginem se o Presidente Lula não tivesse ido cumprir agenda em Araraquara – SP?
Os três ministros das referidas pastas podem ter agido apenas da seguinte maneira: eles podem ter subestimado o movimento bolsonarista ou foram coniventes com o intento golpista. No primeiro caso, sofrem de uma incapacidade intelectual, tática e estratégica; no segundo se prostraram como serviçais dos interesses dos capitalistas e do imperialismo. Mas, em ambos os casos, o que se pode constatar é que está mais do que comprovado que não servem para ocupar os postos a que foram designados e que devem ser substituídos. Não são pessoas de confiança.
Que o Governo do Distrito Federal é um dos culpados pela cumplicidade dos atentados, isso é inegável. Agora tira-lo como único conivente com os atentados, isso não passa de uma calhorda tentativa de encontrar um boi de piranha, tendo em vista os fatos mencionados acima e toda a sequência anterior, inclusive ao processo eleitoral, de conivência das instituições com as atividades políticas dos fascistas, como nos casos do STF, TSE e Congresso Nacional.
Outro fato relevante para se tomar em consideração, é o formato da mobilização, que nada parecia com uma mobilização espontânea e comum. Além da facilidade com que conseguiram adentrar nos prédios (agindo em conjunto com o aparato de repressão), os participantes demonstraram que agiam em sintonia e com determinado conhecimento de execução das tarefas, tanto é que roubaram armas e documentos do próprio GSI. Ali, além de pessoas comuns, havia claramente também militares e agentes do serviço de inteligência disfarçados de manifestantes, para coordenar a ação.
O GSI, que comandava a tropa que estava dentro do Palácio do Planalto, deixou os fascistas entrar e só foram agir depois que a sede do Poder Executivo estava destruída. E quando o fizeram, foi de maneira totalmente dócil.
De agora em diante, a militância precisa ficar atenta e em constante pressão para que pessoas verdadeiramente leais ao Presidente Lula, e aos interesses populares e da soberania nacional, estejam à frente de pastas estratégicas como o Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério da Defesa. Além de reivindicar a imediata extinção do Gabinete de Segurança Institucional!
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