Nessa segunda-feira (11), ocorreu a primeira greve geral na Cisjordânia desde a Operação Dilúvio Al-Aqsa, comandada pelo Hamas contra o Estado nazista de Israel. Lojas, escolas e até estabelecimentos governamentais foram fechados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao mesmo tempo em que aconteciam vários comícios e manifestações.
“A Praça Al-Manara, frequentemente vista como local para manifestações anti-guerra, estava tomada hoje por uma das maiores multidões que vimos nos últimos tempos”, afirmou o correspondente Zein Basravi, da Al Jazeera.
As fotos das manifestações mostram não apenas o apoio massivo à greve, como também a simpatia da população dos territórios palestinos pelo Hamas. Várias pessoas aparecem com faixas do partido islâmico, que aparece como a liderança de toda a resistência armada contra Israel.
Ainda não há informações suficientes, especialmente para quem não está na Cisjordânia neste momento, para determinar a amplitude do movimento contra o genocídio sionista. No entanto, ao que tudo indica, a greve poderá marcar um ponto de inflexão no enfrentamento militar. Isto é, a greve geral, que também contou com ações em outros países, como o Líbano e a Jordânia, pode ser o início de uma mudança de qualidade na luta entre o povo palestino e o Estado de Israel.
Por mais que a imprensa capitalista insista em falar em “guerra” entre israelenses e árabes, fato é que o povo palestino não tem um Estado – e, portanto, sequer tem um exército. O que os palestinos teriam mais próximo disso é a Autoridade Palestina, uma organização cada dia mais impopular que se recusa a enfrentar Israel. Nessas condições, a única resposta militar dos palestinos a Israel tem sido as ações dos grupos guerrilheiros, como Hamas e Jiade Islâmica. Agora, com a greve geral, o enfrentamento a Israel pode adquirir um caráter verdadeiramente de massas, levando a uma situação pré-revolucionária na Cisjordânia.
A greve geral põe na ordem do dia a possibilidade de uma rebelião de todo o povo palestino contra Israel. Algo que foi visto, por exemplo, nas intifadas, levantes nos quais o Hamas foi forjado. Em ambas as ocasiões, o enfrentamento contra Israel contou com boicotes, greves e protestos, além do próprio choque constante entre as forças armadas sionistas e a população.
Uma nova “intifada”, nas atuais condições, seria centenas de vezes mais desastrosa para o Estado de Israel. Afinal, nunca os sionistas tiveram tão enfraquecidos, ao mesmo tempo em que seu maior apoiador e financiador, os Estados Unidos, estão mergulhados em uma profunda crise.