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Oriente Médio

Greve geral na Cisjordânia pode levar a situação revolucionária

Uma greve geral, principalmente se for uma greve geral de verdade, abre, automaticamente, uma situação pré-revolucionária

Nessa segunda-feira (11), ocorreu uma greve geral na Cisjordânia Ocupada em apoio à luta do povo palestino e contra o genocídio que Israel está causando na Faixa de Gaza. Todo o transporte público, lojas, escolas, universidades, fábricas, bancos, órgãos públicos e outros setores ficaram completamente paralisados, protestando, também, contra a ocupação sionista na Cisjordânia.

A greve foi convocada pelas Forças Nacionais e Islâmicas na Palestina, uma coalização que possui representantes, entre outros partidos, do Fatá e do Hamas.

“Este movimento opõe-se ao genocídio em Gaza, à limpeza étnica e ao assentamento colonial na Cisjordânia”, afirmou um comunicado divulgado pela coligação. “A greve também se opõe às tentativas de minar a justa causa nacional do povo palestino”, acrescentou.

Durante a paralisação, foram feitas manifestações em toda a região. “A Praça Al-Manara, muitas vezes vista como um local para manifestações anti-guerra, foi preenchida hoje [segunda-feira] por uma das maiores multidões que vimos”, relatou Zein Basravi da Al Jazeera de Ramala.

“Havia pessoas de todas as idades aqui. As crianças decoraram uma tela com mensagens de amor a Gaza. Eles desenharam bandeiras palestinas”, afirmou.

Segundo o correspondente da Al Jazeera, vários gritos de guerra foram registrados durante as manifestações, com o principal sendo “nós vamos morrer para a Palestina poder viver”. Além disso, os manifestantes gritaram em favor do Hamas e contra o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas.

Confira, abaixo, algumas fotos registradas pela Al Jazeera da greve geral:

O chamado não foi apenas para uma greve na Palestina, mas em todo o mundo. No Líbano, na Turquia e na Jordânia, os trabalhadores atenderam ao chamado. No Líbano, a adesão foi enorme, a capital Beirute estava quase sem nenhum movimento, outras cidades estão em situação semelhante.

Escolas públicas e privadas, bancos, órgãos públicas e várias empresas privadas fecharam conforme a decisão do governo de se juntar à greve geral. O Ministério das Relações Exteriores e dos Expatriados do Líbano anunciou a paralisação de seus escritórios e suas missões libanesas no exterior, segundo um memorando do Conselho de Ministros.

Na Jordânia, a greve geral chegou na capital, Amã, e na província de Irbid (norte), onde inúmeras empresas fecharam. Houve uma diminuição perceptível no tráfego e no número de estudantes indo para as escolas, refletindo o nível de adesão à greve. Além disso, no X a hashtag “#الإضراب_الشامل” (“Greve Geral”) foi a mais popular na Jordânia.

Na Turquia, um número considerável de estabelecimentos também não abriu as suas portas.

Ainda não é possível determinar se a greve geral em questão marca um ponto de inflexão no enfrentamento militar entre a resistência armada palestina e o Estado nazista de Israel. Uma coisa, porém, é certa: essa paralisação significa uma desagregação da política repressiva da Autoridade Palestina na Cisjordânia, que vem tentando acabar com o movimento contra o genocídio na Faixa de Gaza; bem como mostra um enfraquecimento da repressão dos próprios sionistas.

Trata-se de uma resposta que pode levar empurrar a Cisjordânia a uma situação pré-revolucionária, consequência natural de uma greve geral verdadeira. Nesse sentido, há uma grande mudança na relação de forças na Cisjordânia. Até agora, os palestinos da região estavam levando bordoadas e tiros – tanto de borracha quando de munição letal – sem conseguir reagir senão com algumas manifestações isoladas. A greve geral, por sua vez, já é uma resposta mais positiva a toda essa repressão, é um acontecimento de extrema importância que pode fazer a situação mudar radicalmente.

Cabe ressaltar que a greve geral é também um protesto contra a política da Autoridade Palestina. Prova disso é a quantidade de bandeiras e de outros acessórios do Hamas presente nas manifestações, bem como os gritos de guerra mencionados anteriormente. Uma prova de que o povo palestino apoia em peso a luta do Hamas contra Israel.

Nesse sentido, caso a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) caia na Cisjordânia, será aberto uma situação revolucionária em toda a Palestina. E uma situação revolucionária na nação ocupada pelo sionismo tende a comprometer – e muito! – o Estado de Israel, pois significaria, na prática, uma nova Intifada, como o povo árabe chama as grandes insurreições contra a dominação sionista.

A diferença é que, dessa vez, a Intifada será imensuravelmente maior e, portanto, mais combativa. Abrindo as portas para uma revolta que pode representar o início do fim da ocupação sionista não só na Cisjordânia, mas em toda a Palestina.

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