Argentina

Governo Milei e movimento operário se enfrentam pela primeira vez

Além de roubar a riqueza do povo argentino para o imperialismo, a política de Milei visa também reprimir duramente as massas

Nesta quarta, dia 20 de dezembro, os trabalhadores argentinos saíram às ruas contra o novo governo argentino de Javier Milei.

A manifestação foi convocada em razão do pacote econômico de choque do novo governo, neoliberal em toda sua extensão, o qual deixará o povo argentino em uma miséria ainda mais profunda. Uma demonstração clara que Javier está a serviço do imperialismo para esfolar o povo argentino.

Conforme dito por Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), em sua tradicional Análise Política da Semana que, excepcionalmente, foi ao ar nessa quarta:

“Milei, presidente eleito da Argentina, é o candidato do imperialismo. Ele é também o candidato do sionismo. Ele é ultrassionista e é ultraneoliberal”.

Em suma, trata-se de um ataque direto ao povo argentino, que percebeu e decidiu sair às ruas. O protesto foi convocado por várias organizações, das quais as principais são o Partido Obrero e o Movimento Al Socialismo. Contudo, a reivindicação principal é de conteúdo econômico, contra a redução dos salários. O que se mostra um erro, pois deveria ser de caráter política, pelo “Fora Milei”, afinal, sua política de choque, além de extrair a riqueza do povo argentino para o imperialismo, visa também reprimir duramente as massas, sendo um verdadeiro regime golpista contra os trabalhadores. Nesse sentido, segue a fala de Rui Pimenta:

“O governo Milei prometeu que vai reprimir duramente os trabalhadores que lutarem contra o pacote. Ele não vai permitir, por exemplo, o bloqueio de ruas, de estradas. […] Alguém vai ter que pagar para que a máquina continue funcionando. E o pagamento é um pagamento muito duro, praticamente impossível de ser fazer, mas eles tem que tentar para permitir que os países imperialistas escapem de uma crise revolucionária. É isso o que explica o que está acontecendo na Argentina. Afinal, por que forçar a barra desse jeito? […] Ele vai ter que dar um verdadeiro golpe de Estado para impor esse pacote”.

Já na última quarta-feira, a ministra da segurança, Patrícia Bullrich, ordenou a mobilização de membros da Polícia Federal, da Gendarmaria Nacional e da Prefeitura Naval nas entradas da Capital e estações ferroviárias, para tentar viabilizar o protocolo repressivo passado pelo governo Milei contra as manifestações.

Nas rodovias, bloqueios policiais foram feitos e veículos parados, e revistados, para verificar se os passageiros não estavam portando bandeira ou se tinham a permissão necessária para viajar, segundo informação do órgão de imprensa argentina Página 12. Segundo relatos de passageiros, até mesmos transportes escolares foram parados e revistados. Inclusive, as revistas foram filmadas pelos policiais, com seus respectivos celulares, mostrando a ditadura que já vige na Argentina, mal tendo sido eleito Milei.

Outra manifestação da ditadura, o governo Milei colocou caminhões da polícia para jogar tintas nos manifestantes, para melhor identificá-los, tanto para fins de repressão criminal, como para lhes cortar os benefícios sociais, medida repressiva anunciada pela ministra da segurança no começo dessa semana:

Cordões policiais foram feitos para impedir a passagem dos manifestantes em direção à Praça de Maio, em frente à Casa Rosada.

Contudo, os manifestantes não se intimidaram, e saíram às ruas aos milhares, marchando pela Avenida de Maio, rumo ao seu destino. No caminho, houve enfrentamentos com a polícia:

Apesar disto, as direções da esquerda assumiram uma postura de não confronto, de forma que a manifestação não travou um confronto direto com a polícia. Assim, os cordões de isolamento não foram rompidos, e os manifestantes não ocuparam a Plaza de Maio, frente à Casa Rosada, concentrando-se apenas nas ruas adjacentes.

Ainda nessa quarta-feira, o presidente argentino deu maiores detalhes a respeito de seu pacote ultraliberal, anunciando que nele há uma reforma trabalhista voltada a reduzir “a um terço as indenizações por demissões; muda os juros de indenizações trabalhistas; aumenta de três para oito meses o período em que se pode demitir sem indenizar; permite a indivíduos contratarem no lugar de empresas para as demissões ocorrerem sem indenizações; cria a figura do ‘trabalhador independente com colaboradores’ (um ‘MEI’) sem direitos trabalhistas; autoriza empresas a demitirem sem indenização quem protestar contra o governo”, conforme análise de Samuel Braun professor de Políticas Públicas da UERJ e Doutor em Economia Política Internacional pela UFRJ.

O que serve para mostrar que política da esquerda argentina, de evitar o confronto, tende a levar o povo à derrota.

Na avaliação Rui Costa Pimenta, “a esquerda está na defensiva. [Constata-se isto] até pelas declarações. As declarações da esquerda não são agressivas […] A tática da esquerda é realizar um ato pacífico, não enfrentar a repressão policial. Isto mostra que as coisas não irão muito longe. Você faz um ato na Praça de Maio. Um dia de paralisação nacional. E depois o que? Faz outro ato na Praça de Maio? E o governo vai mudar de política por conta disto? Não”.

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