Na esteira das capitulações do governo brasileiro perante o imperialismo, ao apresentar resolução no Conselho de Segurança da ONU chamando o Hamas de terrorista e condenando o grupo palestino, o presidente Lula faz mais uma medida que nada mais é do que se curvar perante os Estados Unidos.
A permanência temporária de tropas militares dos EUA no Brasil foi autorizada na última quinta-feira (19) pelo governo federal. Oficialmente, elas participarão de treinamento com o Exército Brasileirona região amazônica, realizando atividades no município de Belém (PA) e em mais três cidades do Estado do Amapá: Ferreira Gomes, Oiapoque e a própria capital, Macapá.
Os exercícios durarão quase um mês, de 24 de outubro a 20 de novembro desse ano.
A questão que se põe é, qual o sentido de Lula permitir mais essa infiltração do imperialismo no território brasileiro, cuja soberania já está ameaçada pelos próprios EUA? Em especial permitir essa infiltração na Amazônia, já infestada dos agentes do imperialismo como as ONGs?
Com as organizações, o imperialismo posiciona suas peças para eventualmente desatar mais um golpe de Estado contra a nação brasileira, em especial para roubar as riquezas que existem na Amazônia. Para isto, uma fragmentação dessa parte do território nacional também não está descartada.
Não coincidentemente, agora o território nacional recebe de presente essa infiltração do exército norte-americano. De forma que já começam a avaliar o terreno e se adaptar a ele caso os EUA eventualmente precisem recorrer às suas próprias tropas, orientar grupos paramilitares ou próprio exército brasileiro para pôr em prática uma ofensiva golpista.
A permissão veio com o Decreto n.º 11.737, que prevê em seu art. 3º farão parte da infiltração duzentos e noventa e quatro militares norte-americanos, armamentos, acessórios, munições, optrônicos, dispositivos ópticos e sensores e equipamentos de comando, controle e comunicação.
Assim como está sendo em relação à Palestina, novamente o presidente Lula abaixa a cabeça perante o imperialismo.
“Desse jeito o governo vai se descaracterizar como um governo popular. Já havia várias coisas ruins no governo do ponto de vista da relação como o imperialismo: os ministros identitários. Marina Silva é um agente do imperialismo no governo […] O governo não deveria fazer isto nunca (permitir a entrada de militar norte-americanos no país)”, denunciou o presidente do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, em sua tradicional Análise Política, transmitida na TV 247.
Enquanto as contradições mundiais entre o imperialismo e os países atrasados se acentuam na conjuntura mundial, enquanto o imperialismo perde cada vez mais seu controle sobre a África e o Oriente Médio, enquanto avançam a Rússia e a China, resultando em uma profunda debilidade da ditadura mundial do imperialismo, o presidente Lula assina um decreto permitindo que o imperialismo se prepare para utilizar o Brasil como peão nos seus futuros ataques contra o restantes dos países oprimidos que se insurgem.
É urgente ao governo rever sua política por ser um tiro no pé. Facilita aos EUA que sejam bem sucedidos em um novo golpe de Estado contra o Brasil. Afinal, é um tipo de política que indispõe o governo com sua base; da munição para o setor da esquerda que já esboça iniciativas golpistas; e, é claro, dá corda para a extrema-direita que, hipocritamente, se diz nacionalistas. Em um golpe, o imperialismo mobilizará esses dois últimos setores contra o governo. E, devido às políticas impopulares e capituladores, aqueles que constituem sua base atualmente, não terão porque defender Lula, pois terão sido empurrados para longe.