Na última segunda-feira (16), o então presidente da FIESP, Josué Gomes, foi derrubado em votação de teor golpista. O presidente destituído por ampla maioria não era alguém dos trabalhadores, mas possuía relações com Lula e era, de certa forma, de sua confiança dentro do antro bolsonarista e reacionário da Federação das Indústrias de São Paulo.
Apesar da imprensa burguesa estar em cima do muro a respeito de tratar como um golpe ou não, o companheiro Rui Costa Pimenta foi mais enfático em sua “Análise de 3ª”, onde pontuou que, se juntarmos os acontecimentos, veremos que foi um golpe de fato. É válido lembrar, inclusive, que a própria FIESP é uma chave importante para eventuais golpes contra o governo Lula, e a troca de gestão que ocorreu de forma disruptiva já serve para posicionar a federação na vanguarda golpista.
A situação está feia, pois a política de Fernando Haddad, enquanto Ministro da Fazenda, não está colaborando para a solução do problema. Enquanto se faz cada vez mais necessário com que o teto de gastos seja definitivamente superado e o salário mínimo possua um aumento real, a postura do tucano petista vai pelo caminho oposto. Flertando com a burguesia, Haddad recua no aumento do salário e fala sobre novas âncoras fiscais, acreditando que a burguesia estará com o PT, sendo que, caso seja do interesse econômico ir contra o governo Lula, irão com os flertes haddadianos ou sem.
Apesar de Josué Gomes não ser uma liderança dos operários, foi até cogitado a entrar no atual governo eleito por possuir alguma importância estratégica e uma relativa confiabilidade para o presidente petista. Ao que tudo indica, o golpe serviria para arrumar a casa que estava dividida entre a ala golpista e a que não agiria para derrubar o Lula. As instituições serão pressionadas pela ala bolsonarista, pois se há algo presente na FIESP, é um compilado de interesses de empresários. Caso venha a se efetuar um golpe, o pelotão de fuzilamento da FIESP já estará armado e poderá ser utilizado contra o governo e sua base.
Lula não só deixou de possuir um braço na FIESP, mesmo que de confiança questionável, como passou a tê-la comandada por pessoas que, de forma coordenada, não o querem sentado à cadeira presidencial. Somando aos últimos acontecimentos, enxerga-se um cenário onde o golpe já não é apenas imaginário. Se as análises não estiverem erradas, assim como parecem não estar, as Forças Armadas já se movimentaram em alguma escala, havendo acompanhamento dos empresários e mobilizando setores bolsonaristas inflamados às ruas. O golpe contra Josué Gomes é mais uma etapa em um futuro golpe contra Luis Inácio Lula da Silva.