Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Inimiga ferrenha do Brasil

Globo faz propaganda contra indústria nacional de semicondutores

Editorial do jornal golpista contra contra a Ceitec reforça o caráter antinacional desta agência imperialista

Em um ataque direto à soberania nacional, o jornal golpista O Globo tirou um editorial (“Lula repete erros na política para semicondutores”, 27/2/2023) criticando a iniciativa do governo Lula de reconstruir a Ceitec, estatal nacional fabricante de chips e semicondutores criada em 2008 pelo presidente. Apresentado como um “fetiche nacionalista”, a decisão de criar um grupo de trabalho para reverter a liquidação da empresa empreendida pelo governo Bolsonaro é atacada sob termos como “em vez de dar subsídios e invocar fetiche nacionalista, governo deveria integrar país às cadeias globais”. A primeira e mais óbvia dúvida a qualquer um minimamente informado do problema envolvendo a questão é: qual cadeia global?
Em uma tentativa de parecer honesto, o editorial lembra que “a pandemia e a guerra na Ucrânia criaram dificuldades nas cadeias globais de suprimento de componentes eletrônicos, levando vários países a investir na produção interna de semicondutores para reduzir a dependência externa. Só no Brasil, a falta de chips impediu a fabricação de 370 mil veículos em 2021, 250 mil no ano passado, e mais 113 mil deixarão de ser entregues às revendedoras neste ano”.
A forma simplória com que O Globo trata o assunto demanda uma consideração especial, que faremos após tratar da verdadeira loucura do parágrafo seguinte do editorial, no qual o jornal afirma que “hoje há até excesso na oferta de chips” uma afirmação completamente alucinada, que se choca com informações de outros órgãos do imperialismo como o The Washington Post, que desconhecendo a realidade do “excesso de chips” propalada pelo Globo, informa que “emissoras de cartões de crédito e débito estão sentindo os efeitos plenos de uma escassez global de semicondutores que atormentou os setores de automóveis e tecnologia” (“You may wait weeks for a new credit card due to supply chain issues”, Jaclyn Peiser, 14/2/2023).
Os problemas envolvendo a autonomia em relação à produção de chips e semicondutores vão além da questão econômica (que também é mais complexa do que faz parecer o editorial), envolvendo uma ameaça à soberania e à segurança nacional. Essa ameaça ficou evidenciado pelo último ataque sofrido pelo País perpetrado pela Alemanha, que embargou uma venda de tanques às Filipinas aproveitando-se do fato dos bens militares brasileiros usarem chips de patente alemã. A própria criação da empresa foi fortemente influenciada por outro ataque do gênero, feito pelo governo americano, que impediu a venda de 36 caças Super Tucanos à Venezuela em 2006.
No campo da economia, o problema da escassez de chips tampouco se restringe à produção automobilística. Ao contrário do que defende o editorial, que os chips da Ceitec jamais conquistaram “relevância nem no mercado interno”, o primeiro uso destes produtos fabricados no Rio Grande do Sul aproveitaram o gigantesco mercado agropecuário nacional para criar um circuito integrado destinado a rastrear o gado brasileiro. Com o sucesso da empreitada, a Ceitec passou a desenvolver produtos destinados a mercados mais sofisticados, como a indústria logística, etiquetas eletrônicas, fabricação de passaportes com chips e mais uma infinidade de artigos de grande importância econômica e militar, tornando um bobagem absurda a caracterização dada por O Globo sobre a relevância da produção da empresa.
Esta produção ganha ainda maior importância justamente pela real situação das tais “cadeias globais”. Não apenas veículos e cartões, os circuitos integrados constituem um insumo vital para qualquer indústria minimamente moderna atualmente. Como observamos acima, de tanques e caças a bois, praticamente tudo o que a humanidade produz atualmente demanda grandes quantidades de semicondutores e chips, desde a produção, passando pela logística dos bens, até chegarem ao consumidor final.
Como explicitado pela matéria supracitada de The Washington Post, a pandemia trouxe “uma onda de compras on-line, sobretudo de eletrônicos como laptops, cujas vendas aumentaram aproximadamente 40% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2020, de acordo com o Departamento de Análises Econômicas dos EUA (BEA, na sigla em inglês)”. A matéria prossegue lembrando que “veio o incentivo do governo Biden para os veículos elétricos em 2021, que exigem mais do que o dobro de semicondutores que os carros movidos a gasolina. Isso colocou ainda mais pressão sobre uma cadeia de suprimentos já atrasada, disse Black.
‘Não houve um aumento na produção de semicondutores, mas houve um crescimento significativo nas demandas pelas determinações do governo’”, conclui The Washington Post.
A dependência da economia mundial dessas pequenas placas de circuitos integrados está, inclusive, no centro de uma das principais fontes de tensão no planeta: a escalada de hostilidades do imperialismo contra a China.
O que não tem relevância alguma para o País, este sim, é o grupo Globo. Monopólio construído sobre o sangue de trabalhadores e estudantes que recusaram-se a aceitar o regime de terror da Ditadura Militar, o órgão continua tão ferrenhamente defensor do atraso brasileiro hoje como quando apresentava o golpe de 1964 como o reestabelecimento da democracia. A cruzada contra o desenvolvimento de uma indústria de alta tecnologia no Brasil, que nos liberte do jugo econômico e militar do imperialismo, apenas reforça o que o apoio ao golpe de 2016 e diversos outros eventos reacionários apoiados pelo grupo tornam gritante: a Globo é uma agência do imperialismo em solo nacional, contra o Brasil e inimiga do povo brasileiro.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.