Glauber Braga (PSOL-RJ), deputado federal, foi multado em R$1 milhão pela Justiça após ter convocado um ato em Lumiar, em Nova Friburgo (RJ), em solidariedade à parlamentar estadual Marina do MST (PT), que havia sido agredida no começo desse mês durante um evento na região.
Ainda na semana passada, o Tribunal Regional do Rio (TJRJ) havia proibido a manifestação com a desculpa esfarrapada de que o distrito não teria “dimensões urbanas” para sediar a proporção do evento. Glauber, então, afirmou que a decisão do juiz Sergio Roberto Emilio Louzada era “absurda” e afirmou, em suas redes sociais, que a manifestação seria pacífica.
Ele compareceu ao distrito no domingo (27), mas a passeata não aconteceu. Por conta disso, o juiz entendeu que ele estava “afrontando a liminar vigente” e, além de multá-lo, afirmou que sua atitude seria comunicada à Câmara dos Deputados por “quebra de decoro”.
“Diante do não cumprimento da liminar pelo réu, determino o bloqueio de seus ativos financeiros a fim de assegurar o pagamento da multa inicialmente arbitrada na quantia de um milhão de reais”, diz trecho do documento assinado por Louzada.
Ao Globo, o deputado denunciou:
“Fui às redes sociais repudiar a decisão absurda do magistrado, disse que teríamos que adiar o ato e desmobilizei. Eu estive na praça apenas para conversar com as pessoas que não tivessem visto o cancelamento, o oficial de Justiça me notificou e na redação do ocorrido ele diz que o ato não ocorreu. Mas ontem a conta foi zerada. Uma profunda arbitrariedade cometida pelo juiz e vamos representar contra ele no CNJ.”
O caso demonstra, mais uma vez, o ditado que diz que “Pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Fundamentalmente, Glauber foi multado porque reclamou da atuação – de fato – arbitrária do Judiciário, foi multado por falar. Ou seja, aconteceu com ele o que vem acontecendo categoricamente com “peixes pequenos” da direita nacional, impedidos de falar principalmente por meio da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Agora, assim como aconteceu com o Partido da Causa Operária (PCO), que teve suas contas bloqueadas por Moraes no ano passado, o Judiciário volta a sua sanha repressiva contra a esquerda. Comprovando, ainda mais uma vez, que não se pode apoiar medidas repressivas, como faz a esquerda pequeno-burguesa e, inclusive, o PSOL de Glauber, independente de seu alvo.