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Genocídio

Gaza: de campo de concentração a campo de extermínio

“Em média, uma criança é morta em Gaza a cada 10 minutos”, diz Diretor-geral da OMS

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), fez um pronunciamento ao Conselho de Segurança da ONU (UNSC) sobre a situação em Gaza na última sexta-feira, dia 10 de novembro. Apesar de estar em uma posição que dificulta a crítica às ações dos países que dominam as organizações internacionais, ele não pôde deixar de incluir em sua fala uma série de dados alarmantes sobre a crise humanitária em Gaza.

Após dizer que entendia “a raiva, o pesar e o medo” dos israelenses devido aos “horríveis, bárbaros e injustificáveis ataques do Hamas e outros grupos armados a civis israelenses no último 7 de outubro” e dizer que “A matança de 1400 pessoas e os ferimentos de 7200 é ruim o suficiente”, Ghebreyesus assumiu uma posição mediadora, afirmando entender os mesmos sentimentos dos palestinos e trazendo à tona suas causas.

As causas da raiva, pesar e medo dos palestinos, no entanto, é o grande tema do pronunciamento do chefe da OMS ao UNSC e fica implícito o quanto elas são maiores que a dos Israelenses. Ele começa apresentando a situação dos palestinos antes da recente invasão irsaelense a Gaza: a população de Gaza “sofreu ao longo de 16 anos de bloqueio”. A título de esclarecimento, “bloqueio” significa que Israel impedia a chegada de insumos básicos aos que moravam no território ocupado de Gaza, como comida, água, remédios, produtos de higiene e etc.

“E agora (sofrem) a duradoura destruição de suas famílias, de suas casas, de suas comunidades e da vida que conheciam” continua Ghebreyesus, agora fazendo referência aos bombardeios e às incursões por terra das forças armadas de Israel a Gaza. Ele explica que, com a falência total do sistema de saúde de Gaza, feridos, doentes e moribundos lotam os corredores de hospitais; que os necrotérios estão lotados; que estão sendo feitas cirurgia sem anestesia (pela falta dela); que dezenas de milhares de pessoas estão se abrigando em hospitais; que as famílias estão amontoadas dentro de escolas superlotadas, desesperadas por comida e água.

Segundo o Diretor-geral da OMS, dos até então 10800 mortos (agora ultrapassam 11 mil com 2 mil desaparecidos), 70% são mulheres e crianças; em média, a cada 10 minutos uma criança é morta em Gaza; Há 1,5 milhão de deslocados procurando por abrigo, embora nenhum lugar seja seguro. Ninguém esteja seguro. Ele segue: “quanto mais pessoas se abrigam em lugares cada vez menores, maior é o risco de surtos de doenças diarreicas e respiratórias e de doenças de pele.

Os profissionais de saúde de Gaza, conforme a declaração de Ghebreyesus, estão tratando mais de 27 mil feridos, dos quais muitos têm lesões com risco de vida, e, ao mesmo tempo, precisam lidar com as necessidades regulares de saúde de mais de duas milhões de pessoas. Entre essas necessidades pré-existentes de saúde, estão mais de 180 partos por dia, 9 mil pessoas em tratamento de câncer, 350 mil pacientes com diabetes, doenças do coração e hipertensão. Mesmo antes da invasão recente a Gaza por Israel, ele afirmou que já era difícil para os profissionais da saúde em condições precárias (devido ao já citado bloqueio de Israel a Gaza) realizar os cuidados necessários a toda essa massa de pessoas.

O Diretor-geral da OMS continua seu discurso relatando o estado do sistema de saúde de palestino após 7 de outubro. De acordo com ele, a situação é ainda pior quando se considera os 250 ataques a unidades de assistência médica em Gaza e na Cisjordânia. A OMS chegou a registrar 5 ataques a hospitais em um único dia. Só nas 48 horas antecedentes ao pronunciamento de Ghebreyesus ao UNSC, 4 hospitais foram postos fora de funcionamento, o que representa 430 leitos. “mais de 100 colegas da ONU foram mortos”. Metade dos 36 hospitais da Faixa de Gaza não estão funcionando, dois terços dos centros de atenção primária à saúde tampouco. Além disso, o que funciona, está operando abaixo de sua capacidade. “o sistema de saúde está de joelhos, mas de alguma forma ainda está entregando cuidados de saúde”.

Diante dessa terrível situação em Gaza, Ghebreyesus critica os países do UNSC pela falta de suprimentos, em função do fato de que dos 10000 caminhões com suprimentos esperados, só 650, de fato, chegaram a Gaza. Ele também cobrou que Israel parasse com o corte de água e energia elétrica em Gaza.

Durante o pronunciamento, o Diretor-geral da OMS não abandona da posição mediadora e chega a criticar o Hamas, cobrando a libertação dos reféns, mas ele não consegue esconder, diante dos dados que ele mesmo traz, a completa assimetria dos lados da “guerra”. Ele diz que entende os sentimentos de raiva, pesar e medo de ambos os lados, porém, ao apresentar as causas reais desse sentimento, ele descreve um genocídio (sem categorizar expressamente dessa forma) de um lado e uma tentativa desesperada de libertação do outro. Os dados não lhe permitem esconder quem realmente está sofrendo, quem está atacando e quem está tentando se defender.

Até 7 de outubro, os palestinos em Gaza viviam como em um campo de concentração, sob um bloqueio brutal de itens básicos e sob ocupação militar israelense. Após 7 de outubro, com os bombardeios, incursões por terra e cortes de energia elétrica, água e internet e sem ter para onde fugir, os palestinos em Gaza vivem como em um campo de extermínio.

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