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No coração do imperialismo

Funcionários do Partido Democrata ameaçam romper com Biden

Crise causada pela política genocida de Israel já chegou à Casa Branca

Na quinta-feira, mais de 500 ex-participantes da campanha presidencial de Joe Biden em 2020 se uniram para pedir um cessar-fogo. Os signatários incluem funcionários da sede da campanha de Biden em 2020, do Comitê Nacional Democrata e funcionários e lideranças estaduais; 21 estados estão representados, incluindo campos de batalha importantes como Arizona, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia. 

“Como presidente dos Estados Unidos, você tem uma influência significativa neste momento perigoso”, escreve o grupo, chamado Biden Alumni for Peace and Justice, em uma carta aberta. “Você deve pedir um cessar-fogo, troca de reféns e distensão do conflito, além de tomar medidas concretas para lidar com as condições de ocupação, apartheid e limpeza étnica que estão na raiz da terrível violência que estamos testemunhando agora.”

“Isso é uma ruptura que está acontecendo”, disse Matan Arad-Neeman, ativista israelense-americano que trabalhou como organizador de campo no Arizona e assinou a carta. A carta observa que 66% dos eleitores acham que os EUA deveriam pedir um cessar-fogo, de acordo com uma pesquisa recente da Data for Progress. Embora a maioria das pesquisas conclua que a maioria dos estadunidenses acha que o apoio dos Estados Unidos à Israel é o ideal, isso esconde uma grande divisão geracional. Menos de um quarto dos jovens americanos com direito a voto aprovam as políticas de Biden para Israel até o momento, de acordo com uma pesquisa da Quinnipiac realizada de 26 a 30 de outubro. Dada a sua dependência dos eleitores jovens em 2020, isso — e o esfriamento geral desses eleitores em relação a Biden — poderia representar um problema  numa revanche com Donald Trump em 2024.

A pressão também está recaindo sobre os senadores ditos “progressistas”. Mais de 400 ex-funcionários da equipe de campanha do senador Bernie Sanders e mais de 400 colaboradores da senadora Elizabeth Warren enviaram cartas abertas pedindo um cessar-fogo imediato. Bernie “queridinho da esquerda radical” Sanders, rejeitou qualquer tipo de diálogo com “uma organização como o Hamas”, e Warren passou, nos últimos dias, a pedir uma pausa humanitária.

Dentro do governo, também estão surgindo rachaduras. Diplomatas de carreira e nomeados políticos no Departamento de Estado estão usando o Canal de Dissidência, um mecanismo especial para enviar memorandos críticos de política diretamente às principais autoridades, para expressar suas profundas discordâncias com os rumos da política estadunidense na questão palestina. Os diplomatas usaram o Canal de Dissidência na preparação para a retirada dos EUA do Afeganistão e para alertar contra a proibição de refugiados de Trump. Mais de 630 funcionários da International Development Agency – USAID (testa de ferro da CIA) pediram ao governo Biden que defendesse “um cessar-fogo imediato e a cessação das hostilidades”. Além disso, uma carta assinada anonimamente por mais de 400 funcionários do Congresso fez um apelo semelhante.

Dizer que o que ocorre em Gaza é um massacre sionista, tornou-se uma verdade indisputável. A campanha militar de Israel no último mês causou mais mortes do que 15 anos de conflito juntos. Mas a resposta nos EUA também difere das fases anteriores do longo conflito: há um sentimento crescente, pelo menos entre os jovens, de que o consenso dominante dos Estados Unidos sobre Israel fracassou e possibilitou as condições catastróficas que podem levar a mais mortes na região e, possivelmente, a uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

“Como presidente dos Estados Unidos, o senhor tem o poder de mudar o curso da história e a responsabilidade de salvar vidas agora mesmo”, escrevem os Biden Alumni for Peace and Justice. “Contamos com o senhor para levar esse poder e essa responsabilidade a sério e para enfrentar este momento com a urgência que ele exige. Se não agirem rapidamente, seu legado será a cumplicidade diante de um genocídio.”

Essa linguagem — e esses apelos — ecoam o que os diplomatas escreveram em vários memorandos de dissidência para o Secretário de Estado Antony Blinken desde o início da guerra. A equipe de Biden parece estar continuamente ajustando sua retórica para lidar, em parte, com essas críticas internas, embora a política em geral permaneça consistente no apoio ao massacre palestino.

Josh Paul, um funcionário sênior que supervisiona a venda de armas no Departamento de Estado, pediu demissão em protesto no mês passado. Ele disse ao Democracy Now que “houve uma resposta esmagadora que ouvi de colegas não apenas no Departamento de Estado, mas em todo o governo dos EUA, na verdade, no Capitólio, no Departamento de Defesa, nas Forças Armadas, inclusive dos combatentes que estão atuando ao redor do globo”.

A verdade é que até mesmo a burocracia do Estado Norte-americano está percebendo o massacre em curso na Palestina e as dificuldades logísticas, políticas, militares e diplomáticas que uma invasão e ocupação de Israel sobre a faixa de Gaza causaria. Os protestos se acumulam por todo o mundo capitalista avançado (imperialista) e os EUA comandados pelo governo Biden não são exceção à regra. O que surpreende, no entanto, é a velocidade de expansão dessa crise, que já ameaça até mesmo as eleições presidenciais. Essa é, por hora, a tendência principal: desagregação interna nos EUA por não haver qualquer saída politicamente viável para o imperialismo e seu entreposto militar no Oriente Médio, Israel.

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