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Ataque neoliberal

Franceses se revoltam após golpe de Macron contra a Previdência

Europa em crise econômica e política

Milhares de manifestantes saíram às ruas em Paris nessa quinta-feira, 16, após o presidente Emmanuel Macron (Renascimento) aprovar, ditatorialmente, a reforma da Previdência que aumenta a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos. Além de aumentar a idade de aposentadoria a partir de 2030, o projeto estabelece que, começando em 2027, serão necessários 43 anos de contribuição para receber o valor integral da aposentadoria — um ano a mais do que hoje.

Macron utilizou o artigo 49.3 da Constituição para aprovar a reforma neoliberal sem a aprovação do Parlamento. “O meu interesse político era ir para votação […], mas considero que os riscos financeiros e econômicos eram muito grandes e, por isso, autorizei o 49.3”, justificou. A situação expressa a crise do regime parlamentar francês, visto que a proposta do governo provavelmente não passaria no Parlamento. 

Isso, porque setores do direitista partido Republicanos afirmaram que não votariam a favor do projeto de lei, segundo o Le Monde. Havia ainda a possibilidade de alguns parlamentares do partido do próprio Macron votarem contra a proposta, como no caso da ex-ministra do Meio Ambiente Bárbara Pompili.

Após a medida ditatorial de Macron, uma multidão tomou conta da Praça da Concórdia. A única forma de barrar o uso do artigo 49. da Constituição é a aprovação de uma moção de desconfiança contra o governo em 24 horas que rejeitaria a implementação da lei e forçaria a dissolução do Congresso e a convocação de eleições antecipadas. No entanto, a medida causaria uma crise muito grande no regime político francês.

Os manifestantes em Paris rapidamente foram brutalmente reprimidos pela polícia. Bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas pela polícia e manifestantes atiraram pedras. A polícia tentou evacuar a praça e houve resistência. A Praça da Concórdia fica nas proximidades da Assembleia Nacional. Os manifestantes levavam bandeira de organizações sindicais e gritavam “a coisa vai explodir” (“ça va peter”, em francês).

Além de Paris, foram registrados protestos em outras cidades francesas como Bordeaux, Lille, Lyon e Rennes.

Os setores de esquerda e direita contrários a Macron denunciaram o presidente. Na esquerda, Jean-Luc Mélenchon apontou que o projeto de lei “não tinha legitimidade” e que a decisão de invocar o artigo 49.3 é um “fracasso espetacular”. Já na extrema-direita, Marine Le Pen afirmou que a estratégia de prescindir do Congresso foi uma mostra de “fracasso pessoal” de Macron, pedindo que os parlamentares de oposição votassem a moção de desconfiança contra o presidente.

A Previdência, em todos os países do mundo, é um dos pontos mais atacados pelo capital financeiro, que quer uma parcela ainda maior do Orçamento Público.

Contra o esfolamento dos trabalhadores, grandes manifestações de rua e greves ocorrem desde janeiro. Em Paris, por exemplo, há duas semanas o lixo não é recolhido, visto que os garis entraram em greve. No dia 7 deste mês, ocorreu a maior manifestação até então, que foi acompanhada de uma greve geral. No entanto, a capitulação da burocracia sindical em organizar uma greve geral por tempo indeterminado (aprovada por 56% dos franceses, segundo pesquisa Elabe para o BFMTV) esvaziou o movimento — que foi diminuindo. Ainda, a falta de uma política pelo “Fora Macron” também parce ser um dos motivos para isto.

Agora, a aprovação de Macron unilateralmente é mais um estopim da crise política do governo — que enfrentou diversas crises ao longo de seus dois mandatos. É o momento perfeito para convocar uma greve geral por tempo indeterminado e defender a realização de novas eleições, pela derrubada de Emmanuel Macron.

Na França, a crise política aumenta à medida que toda a União Europeia, servindo aos interesses específicos dos Estados Unidos, aprovou sanções contra a Rússia pela guerra contra a OTAN na Ucrânia. A ofensiva, todavia, ao invés de afetar a economia russa, afetou as economias dos países europeus, que eram dependentes de importações de gás russo. Desta forma, a inflação aumentou consideravelmente na zona do Euro, sendo motivo da derrubada de diversos governos. Macron pode ser mais um destes… Dependerá da mobilização popular.

Se a esquerda for vacilante e não aproveitar o momento, a extrema-direita de Le Pen, com certeza, saberá aproveitar-se da situação para crescer sua influência sobre a classe operária e o povo.

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