Nesse dia 29 de junho começou a 26ª edição do Foro de São Paulo, em Brasília. Com a participação de organizações políticas de toda a América Latina e convidados de outros continentes, a reunião tem sido atacada pela imprensa golpista, como era esperado.
A CNN Brasil deu a seguinte manchete: “Foro de São Paulo rende a Lula 2,5 vezes mais posts negativos que positivos, diz Quaest”. Mais agressiva, a bolsonarista Gazeta do Povo diz: “Foro de São Paulo homenageia ditadores e recebe membros do Partido Comunista Chinês”. O Diário do Poder vai ainda mais longe: “Hotel do Foro de São Paulo é de preso com pornografia infantil”.
A convocação da reunião, aparentemente por iniciativa de Lula, dá-se no momento em que há uma grande campanha do imperialismo contra o governo brasileiro. O ponto principal dessa campanha é justamente a política externa de Lula, considerada, para usar a palavra da moda, “anti Ocidente”.
Ao sediar o Foro de São Paulo, Lula está dando o recado de que pretende aprofundar essa política. Não apenas sua aliança com os tradicionais governos latino-americanos, como o de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Há também representantes da China e da Rússia.
A imprensa destacou a fala de Lula que disse sentir “orgulho de ser chamado de comunista”. O destaque mostra que a direita pró-imperialista percebeu que há uma tendência de Lula a polarizar.
Ao mesmo tempo, está claro que o próprio Lula sinaliza sua intenção de não recuar em sua política externa. Está cada vez mais difícil para aqueles que acreditam que o governo é pró-imperialista.