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Futebol arte

Foi o Brasil o vencedor do Mundial de Clubes

Vinícius Jr. e Rodrygo foram os maiores responsáveis pelo título do Real

Apenas o estilo de jogo europeu e seus técnicos iluminados podem salvar o decadente futebol brasileiro. Essa é a tese defendida pela burguesia e seus braços da imprensa, quando defendem que a única forma da seleção brasileira ganhar novamente um título de Copa do Mundo é com a chegada de um treinador que tenha nascido com a benção divina de ter um país europeu como berço. No entanto, na contramão dessa farsante crença, o que vimos no último Mundial de Clubes foi o oposto: o Brasil foi o verdadeiro campeão da mais importante competição interclubes do esporte.

Enquanto o Flamengo, clube que representava diretamente o futebol brasileiro e latino-americano, caiu para o Al Hillal na semifinal, o Real Madrid foi campeão da competição. O que parece um prato cheio para os parasitas de plantão, quando visto de forma superficial, não passa da comprovação de que o futebol brasileiro se sobressai ao disputado na Europa. O principal jogador foi Vinícius Jr, atacante da equipe espanhola que nasceu, cresceu e se desenvolveu no futebol carioca. O atleta, revelado pelo Flamengo, emplacou três gols na competição e mostrou ao mundo que o futebol-arte não está superado, sendo o verdadeiro responsável pelo título conquistado.

Outro grande destaque da competição foi o também atleta e atacante do Real, Rodrygo Goes, de Osasco. O jogador, além de marcar gol, foi o responsável por outras jogadas de gol nas duas goleadas do time de Madrid. Dentre nomes enaltecidos pela imprensa capitalista como deuses do futebol, como é o caso de Modric, Kroos e Benzema, o destaque ganho por Vinícius Jr e Rodrygo, que nem escalado como titular na final foi, revelam que o futebol brasileiro segue sendo a vanguarda do futebol-arte e a resistência contra o anti-jogo presente do estilo que os técnicos europeus costumam emplacar. Rodrygo foi, inclusive, utilizado pela imprensa burguesa como gancho para tentar fragmentar a unidade brasileira do futebol. Depois da vitória do Al Hillal em cima do Flamengo por 3 a 2, fazendo com que avançassem para a final, o brasileiro que atua pelo Real disse em entrevista que já imaginava que esse fosse ser o confronto. Os seguidores da escola Casagrande de jornalismo, onde atacar o nosso futebol é regra, não perderam tempo e começaram a levantar matérias e questionamentos de que a fala de Rodrygo seria um desrespeito ao Flamengo ou que seria uma provocação, algo que, se analisado racionalmente, não faz o menor sentido, sendo que diversos jogadores de ambas as equipes vestem juntos o manto da seleção brasileira.

Indo contra a polêmica levantada pela imprensa, Pedro, atacante do Flamengo e da seleção brasileira, não fez coro às provocações dos jornalistas. A cada aparição pública dos atletas rubro-negros o assunto era levantado, mas a postura do atacante flamenguista foi de dizer que viu, sim, a entrevista do Rodrygo, mencionando que não teve contato ainda com o parceiro de seleção depois do jogo. “Acredito que o futebol está chato, tudo que falam querem criar algum tumulto, algum burburinho”, disse o atacante, afirmando que a fala de Rodrygo “faz parte”, pois é o “pensamento dele. Nosso foco foi buscar a vitória o jogo todo e, infelizmente, não conseguimos, mas agora é voltar a vencer no sábado” – dito e feito, inclusive. Pedro foi o protagonista da vitória de 4 a 2 do Flamengo sobre o Al Ahly, garantindo o terceiro lugar e colocando seu nome na história como o segundo maior goleador da história do Mundial de Clubes.

É válido destacar que as ações do Real Madrid, atual campeão, vão contra qualquer tentativa de menosprezar o futebol brasileiro. Além de ter tido um brasileiro como principal jogador da competição, sua única movimentação de destaque na última janela de transferências foi a aquisição de Endrick, jovem do Palmeiras, desembolsando mais de um bilhão de reais para garantir que o paulistano jogará sob sua bandeira. No entanto, indo contra o óbvio, os jornalistas que lamentam por não terem nascido nos Estados Unidos destacam, em bloco, não o fato de dois brasileiros terem carregado a equipe espanhola rumo ao título, com 9 gols em dois jogos, mas, sim, o fato de Ancelotti, técnico do Real, estar sendo cotado para treinar a seleção brasileira. O que se desenha como análise esportiva não passa, muitas vezes, de um escárnio. Vinícius Jr. ter obtido destaque serve, para alguns, apenas como argumento para dizer que o brasileiro aprovaria a chegada do estrangeiro Ancelotti como técnico da seleção.

O que não faz sentido, no entanto, é a argumentação de que apenas técnicos europeus podem elevar o patamar do futebol brasileiro, sendo que boa parte dos jogadores de mais destaque no mundo e responsáveis pelos maiores títulos são não só brasileiros, mas testemunhas do futebol enquanto arte, estilo de jogar que revolucionou o futebol mundial. Assim como é inegável que Pelé revolucionou o esporte, se faz inegável, também, que a vida do Real Madrid teria sido consideravelmente mais difícil do que foi se dependesse apenas de Benzema, Modric ou dos outros iluminados segundo a imprensa burguesa.

A qualidade dos dois brasileiros é tanta, inclusive, que até os jornalistas brasileiros foram obrigados a ceder e enaltecer, brevemente, o estilo arte que ambos jogam.

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