Em 2013, Flávio Dino, que hoje é ministro da Justiça, acusou o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão de fraudar as eleições de 2010. Dino na época era presidente da Embratur. “Muito positiva a ideia de inquérito na Polícia Federal para apurar as suspeitas de crimes e fraudes na eleição de 2010. Apoio a ideia”.
Mas como assim? Um tribunal eleitoral fraudar uma eleição? Como Dino ousa falar tal coisa? Ora, não é ele, junto com o tucano Alexandre de Moraes, que defendem prender quem conteste o sistema eleitoral?
A declaração de Flávio Dino, segundo o portal Vermelho, foi dada em apoio à decisão do desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, do Tribunal de Justiça, que pediu a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar denúncias de suspeitas de fraude durante as eleições vencidas pela então governadora Roseana Sarney (PMDB). Era uma mera disputa política, uma coisa que deveria ser considerada até normal: Dino, um aliado do PSDB no Maranhão, perdeu a eleição, se considerou injustiçado e denunciou o que considerou uma fraude.
Mas apoiar a investigação não é o mesmo que acusar de fraude, alguém pode dizer. Mas não é só isso. Em vídeo, Dino declarou: “Nós ganhamos a eleição, porque foi decretado fraudar a eleição no Tribunal Regional Eleitoral, na calada da noite, para conseguir uma diferença de oito centésimos. Oito centésimos, que parece coisa de corrida de Fórmula 1. Oito centésimos, que é menos que um décimo, dois mil votos, nos separaram do 2º turno”.
E agora, Dino? Emitirá um pedido de prisão para você mesmo?