Ao contrário do que a imprensa fala, a final da Supercopa 2023, ocorrida no último sábado (28), reunindo os vencedores do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil 2022, Palmeiras e Flamengo respectivamente, foi um jogo mais marcado pela falta de qualidade e organização da parte defensiva das equipes do propriamente qualidade na parte ofensiva. O resultado de 4 a 3 para o Palmeiras não foi injusto, mas o futebol foi aquém da expectativa, ainda mais com os técnicos portugueses tentando introduzir o futebol europeu no Brasil.
No início do jogo o Palmeiras tentou tomar a iniciativa mas a primeira chance de gol veio aos 19 minutos, de uma falha, das tantas que veremos no jogo, quando David Luiz recua a bola para o goleiro Santos e os atacantes palmeirenses roubam e bola quase abre o placar. Aos 22 minutos, um dos lances mais discutidos do jogo. Arrascaeta empurra o meio campista Zé Rafael, rouba a bola e entra dentro da área. Zé Rafael dá um toque em Arrascaeta e o árbitro Wilson Pereira Sampaio – com uma boa quantidade de envolvimento em lances polêmicos – marca o pênalti. O lance é polêmico, pois boa parte dos espectadores acusam falta de Arrascaeta no lance antes da marcação do pênalti. Não houve nenhuma movimentação do VAR, e o jogo parecia dar indícios de favorecimento para o Flamengo. Gabigol cobra o pênalti no lado esquerdo enquanto Weverton caiu no lado direito. Flamengo 1 a 0. A primeira finalização do Palmeiras aconteceu aos 33 minutos de jogo em um chute fraco de Endrick. O jogo que parecia encaminhado no primeiro tempo para o Flamengo, torna-se complicado. Aos 37 minutos Dudu recebe livre na esquerda, numa clara desorganização da zaga flamenguista, dribla e chuta para o gol, David Luiz rebate no pé de Rafael Veiga que bate rasteiro no canto de Santos. Começaria aqui o inferno flamenguista e mais sequência de erros. Aos 48 minutos o Flamengo tem uma boa chance, quando o zagueiro palmeirense entrega a bola dentro da área para Everton Ribeiro que chuta para fora. Quem não faz leva e 1 minuto após Gabriel Menino recebe com a perna esquerda, ajeita com a direita e chuta novamente com a esquerda no canto esquerdo de Santos. Bola indefensável e o gol mais bonito do jogo. Final de primeiro tempo com virada do Palmeiras.
No segundo tempo o Flamengo parecia mais motivado em campo. Gabigol já aos 4 minutos cruzou para Pedro que perdeu um gol de cabeça sozinho com Weverton. No rebote Arrascaeta ainda tenta mais uma vez e Weverton novamente faz duas boas defesas. Aos 6 minutos, Everton Ribeiro acha Gabigol no meio de dois zagueiros do Palmeiras em uma falha de marcação impressionante. O centroavante flamenguista entrou sozinho e não perdoou. O Flamengo empatava o jogo, que nesse momento já mostrava diversas falhas defensivas das duas equipes. Aos 11 minutos, Endrick recebe a bola dentro da área e arrisca um chapéu para cima de Everton Ribeiro que coloca a mão na bola. Pênalti claro sem qualquer discussão. Rafael Veiga bate forte no canto direito de Santos e converte. Palmeiras 3, Flamengo 2. Apenas 4 minutos depois, Ayrton Lucas recebe no lado esquerdo do ataque flamenguista, corta para fora, e em outro bate cabeça total da zaga do Palmeiras, Pedro, sozinho dentro da área, dá um toque de calcanhar empatando novamente o jogo. Aos 22 minutos tivemos outro lance polêmico. Dudu no lado esquerdo de ataque do Palmeiras, coloca para Rafael Veiga que chuta para dentro da área, Rony tenta o toque mas a bola recebe para Gabriel Menino fazer o quarto do Palmeiras. A situação é confusa, visto que Mayke, que entrou no lugar de Endrick, estava ao lado do goleiro em uma situação de impedimento. O ponto é se Mayke participou ou não da jogada. O VAR não pediu revisão do lance polêmico, porém Mayke claramente impede o movimento do goleiro flamenguista.
O ponto é que boa parte dos gols e bons lances foram oriundos de falhas básicas de armação dos times. Os técnicos portugueses Abel Ferreira e Vítor Pereira, mostram que vem ao futebol brasileiro para aprender e não para ensinar. Os times que possuem grandes jogadores, não investem em lances individuais e dificilmente temos um drible ou jogada diferenciada. É a introdução do Tiki-Taka no futebol brasileiro. Recebe a bola e toca para o lado. Um futebol frio e sem qualidade técnica individual. Até o momento o Campeonato Brasileiro poderá iniciar com 10 técnicos estrangeiros, ou seja, metade dos times. É urgente que as torcidas criem um plano de mobilização para impedir a estrangeirização do nosso futebol, pois é urgente: os resultados em um futuro poderão ser catastróficos para o maior futebol do mundo.