Na semana passada, o jornalista Seymour Hersh denunciou que os Estados Unidos foram os responsáveis pela explosão dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que levavam o gás russo à Europa. A explosão do gasoduto causou um verdadeiro escândalo na comunidade internacional, visto que, por conta do inverno, os europeus necessitam do gás para se aquecerem.
Seymour Hersh, quem noticiou o envolvimento dos Estados Unidos no acontecimento – que já era evidente –, é um renomado jornalista, que revelou o massacre de My Lai no Vietnã, realizado pela Marinha norte-americana, e as torturas realizadas pelos norte-americanos contra Abu Ghraib no Iraque.
No entanto, antes mesmo da denúncia do jornalista ganhador do prêmio Pulitzer, já era evidente a participação dos Estados Unidos na destruição do gasoduto. Afinal, o imperialismo norte-americano tem o interesse de subordinar o restante dos países imperialistas a seu domínio, principalmente a Alemanha, e tem usado a guerra na Ucrânia para atingir este objetivo.
Finalmente, logo após o surgimento de uma denúncia de tipo jornalística, embasado o que já era possível se deduzir através da lógica, a saber, que os Estados Unidos plantaram explosivos no gasoduto Nord Stream, a imprensa imperialista foi obrigada a tentar desviar o foco das discussões – não sem um relativo sucesso.
Para tanto, o imperialismo plantou a farsa de um “balão chinês”. A China, país que possui diversos satélites ao redor do planeta Terra, teria mandado um balão para o território norte-americano com fins de espionagem, que foi abatido pelo governo ianque.
Após isso, iniciou-se uma campanha de propaganda contra a “espionagem chinesa” – curiosamente, logo após as denúncias de Seymour. No entanto, há de se perguntar: a China realmente precisava de um balão para espionar o governo dos Estados Unidos?
Sem contar os óvnis supostamente avistados pelos norte-americanos. Para tentar jogar cortina de fumaça na situação, a imprensa imperialista começou a noticiar diversas aparições de objetos sobre os quais, supostamente, não se conhecia a origem no céu.
Ou o planeta está sofrendo uma invasão extraterrestre, precisamente nos Estados Unidos, ou se é obrigado a supor que o governo está lançando mão de vis mentiras para desviar a atenção das denúncias levantadas sobre o vazamento do Nord Stream.
Fato é que, agora, não se pode ter quaisquer dúvidas sobre a participação dos norte-americanos na criminosa destruição do gasoduto que levava gás à Europa. Era através dele que muitas famílias conseguiriam se aquecer no inverno; no entanto, graças a política desumana e criminosa do imperialismo, baseada em sanções, o preço da energia aumentará, a infraestrutura terá de ser reconstruída e diversas famílias passarão por dificuldades indescritíveis neste inverno, com, certamente, a morte de muitas pessoas como resultado.
Tal cenário não pode deixar de provar uma revolta entre os trabalhadores europeus: não só com suas burguesias, em grande medidas, cúmplices desses crimes contra a humanidade, mas principalmente contra a burguesia norte-americana, principal concentradora do capital financeiro internacional e maior promotora de todas esses atentados. O imperialismo alemão, francês e inglês não age sequer de maneira independente, mas de maneira totalmente subordinada ao imperialismo norte-americano – não como uma lei necessária, mas esse foi o desenvolvimento das coisas; portanto, a classe operária desses países deve lutar com todas as forças em apoio à Rússia, contra a OTAN, contra os que destruíram o Nord Stream e contra todos os setores do imperialismo. Que se deixe a demagogia com os balões chineses para a imprensa obtusa.