O famoso cirurgião britânico-palestino, especializado em medicina de conflitos, Dr. Ghassan Abu Sitta fez uma série de denúncias sobre a devastação intencional do sistema de saúde de Gaza por “Israel”. As falas foram feitas após sua recente estadia em Gaza, junto a missão da ONG Médicos sem Fronteiras, com Sitta proferindo seu relato em palestra na cidade de Doha, no Qatar, e em entrevista à rede de notícias AP News.
Em meio ao cenário de destruição da faixa de Gaza por “Israel”, que colocou hospitais como alvo prioritário, o médico britânico-palestino revelou as impactantes condições enfrentadas pelos profissionais de saúde locais, incluindo a falta de anestésicos para realizar cirurgias. Sitta denunciou também os casos de pacientes com ferimentos causados pelo fósforo branco, uma arma química proibida pelas Convenções de Genebra e na Convenção sobre Armas Químicas, o que foi ignorado pelas hordas sionistas e pelo imperialismo.
O fósforo branco tem o potencial de causar queimaduras profundas e também pode levar à intoxicação e à morte, caso inalado. “Israel” nega que tenha usado essa arma química, mas, além do relato de Sitta, de outros médicos e de outras organizações, também foi comprovado em eventos anteriores, como mostra a fotografia de um palestino de apenas 15 anos ferido pela arma banida, despejada por “Israel” durante o ataque ao vilarejo de Khuza’a, na faixa de Gaza, em 2009:
O massacre em andamento contra os palestinos é um dos mais violentos e, certamente, aquele em que “Israel” tem menos controle da situação, devido ao alto nível de organização e eficiência da resistência armada palestina e da enorme pressão internacional contra as ações do sionismo em Gaza. Se, mesmo antes dessa situação, o exército sionista já usava fósforo branco, por que agora, no momento mais crítico, pararia de usar?
O Dr. Abu Sitta lamentou a perda de 160 médicos e enfermeiros durante a recente campanha de agressão israelense contra Gaza, evidenciando o impacto devastador no sistema de saúde local.
Em sua mais recente crítica durante a palestra no Qatar, o médico questionou um relatório da Human Rights Watch (HRW) sobre o ataque ao Hospital Batista Al-Ahli em Gaza. Ele classificou o relatório como “infundado”, alegando não ter havido investigação da situação, mas apenas um relatório vazio para suavizar a situação de “Israel”. Ele chegou a dizer que o relatório “está a serviço do inimigo”. Sitta enfatizou que a HRW não contatou o diretor do hospital e nem o médico que recebeu ordens de evacuação pelos israelenses, destacando lacunas significativas na apuração do incidente, que tornam o relatório da organização não é mais do que uma peça de propaganda pró-“Israel”.
Enquanto os sionistas se dedicam a atacar a população civil palestina com a máxima brutalidade e inescrupulosidade, a situação deplorável do que resta de instalações médicas na Palestina permanece uma ameaça ao martirizado povo árabe, o que é feito com a estrita cumplicidade e apoio dos grandes defensores da democracia e dos direitos humanos no planeta: as nações imperialistas.