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Camilo Duarte

Militante do PCO e colunista do Diário Causa Operária. É formado em Física pela UFPB.

Referendo revogatório

Extirpar as crias do Golpe de 2016

Esses poucos meses do governo Lula deixaram claro a desaprovação da burguesia

Esses poucos meses do governo Lula deixaram claro a desaprovação da burguesia e sua impotência no terreno do legislativo. Os capitalistas não querem ceder a menor concessão aos trabalhadores, não havendo espaço para o reformismo.

Grandes capitalistas desaprovam Lula

No dia 15 de março saiu uma matéria no veículo Poder 360, bastante ilustrativa da relação dos grandes capitalistas com o governo Lula. O título era “98% dos operadores de mercado acham que Lula erra na economia”.

O artigo relatava que uma pesquisa realizada com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado, de 82 fundos de investimentos, apenas 2% concordavam com a política econômica do governo.

Entre os entrevistados, 78%  acreditavam que a situação econômica iria deteriorar, 16% apostavam em uma estabilidade e 6% tinham perspectivas de melhoras.

A última da semana foi, o questionamento da saúde mental do presidente, por Eliane Cantanhêde, do Estadão e da Globo News, após Lula denuncia o caráter golpista da movimentação de Moro. O ataque foi repercutido por toda a grande impressa capitalista, demonstrando mais uma vez a unidade destes contra o governo.

A origem da discórdia

A desaprovação da política econômica do governo Lula tem uma base muito clara. Manter a economia brasileira como um mero instrumento de lucro da especulação internacional.

Um dos pontos para essa prática de extorsão da população brasileira é a manutenção das incrivelmente elevadas taxas de juros. Tornando a economia do país apenas um instrumento para pagamento de alto retorno especulativo.

Entretanto, o patamar atual é tão exorbitante que, “59% esperam que os juros terminem abaixo de 13%”. Denunciando que os próprios capitalistas vislumbram a insustentabilidade a longo prazo dessa política.

O governo que nada pode

As manifestações no dia 8 de janeiro já demonstraram que uma parte da burguesia não concordava com o novo governo. A vitória de Lula, foi uma vitória popular contra o capital, a ocupação da praça dos poderes longe de ser um golpe, estava como uma ação de desmoralização do novo governo e preparação para um futuro golpe em momento mais propício.

Embora o apoio popular do governo Lula agora seja inquestionável, a legislação aprovada principalmente no governo golpista de Temer, limita a ação do governo nos pontos primordiais. Impedindo ações realmente efetivas do governos em defesa do interesse popular.

Essa legislação, somada a uma esmagadora maioria da direita no congresso torna os meios institucionais praticamente inviáveis para qualquer política reformista. Nesse cenário, a população ou o governo Lula não irão conquistar nada de significativo através de acordos no parlamento.

Plebiscito Revogatório

Para que o governo possa agir minimamente em favor da população, ou seja, para que tenha poderes legais para atender o interesse popular é preciso a revogação da legislação e demais instrumento posto em vigor pelo golpe de Estado.

Sobre o julgamento da legislação atual, não há como o governo Lula reestatizar as empresas públicas roubadas ou realizar investimentos significativos nos itens essenciais para atendimentos das necessidades populares.

Novamente, repito, o governo é refém da direita, dos militares, do Estado de exceção imposto pelo Golpe de Estado de 2016. Precisamos colocar esses instrumentos da burguesia e do imperialismo abaixo para podermos ter o mínimo de desenvolvimento do país. 

Apenas a mobilização

Lula, o PT e todos os seus governos foram um produto da mobilização da mobilização operária. Mesmo que sua política não seja a melhor expressão das necessidades dos trabalhadores.

Em todas as vezes, apenas a mobilização ou ameaça iminente desta, fizeram a burguesia ceder. Neste momento não é diferente, o atendimento dessas demandas da classe trabalhadora serão obtidos somente através da mobilização.

A necessidade dessas mudanças não é uma novidade, o próprio Lula em 2017 afirmou “Vamos propor um referendo revogatório durante a campanha”. Ainda 2017 “Estou falando da palavra referendo revogatório porque se nós não tivermos autorização da sociedade, fica muito difícil mudar”, entendimento que o Lula acabou por ratificar nas suas últimas entrevistas.

Para isso é preciso mobilizar massivamente, trazer a população para sua posição. Colocar  o povo na defesa consciente dos seus interesses. Uma mobilização verdadeiramente de classe.

Não há espaço vazio na política

Neste momento o que escuto da esquerda pequeno-burguesa e dos sindicalistas é a dificuldade em mobilizar. Quem já participou da organização de alguma atividade com esquerda provavelmente já escutou isso, como o trabalhador não tem consciência, como é difícil mobilizar, como praticamente não dá para fazer política de esquerda.

Essa postura muda apenas no momento de disputar as as direções das entidades ou nas eleições. Neste momento, seja defendendo interesses individuais ou “apoiada”, financiada ou vendida a burguesia essa esquerda se movimenta como nunca.

Fora desse momento a esquerda não faz parte da vida popular, não intervém nos bairros, não faz trabalho de agitação ou cultural, a exceção quando há interesse dos políticos burgueses.

Essa assistência que popular que inicialmente era da esquerda foi substituída, com apoio da burguesia pelas igrejas, ONG’s e outras instituições que têm um papel de conservado a contrarrevolucionário. Não existe espaço vazio na política, se a esquerda capitula a direita tentará se impor.

* A opinião dos colunistas não expressa, necessariamente, a opinião deste Diário

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