A Fifa resolveu fazer a segunda alteração no formato do Mundial de Clubes. A Copa Intercontinental, também conhecida como Copa Toyota, foi disputada 45 vezes entre 1960 e 2004. A partir de 2005, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) passou a organizar o Mundial, que atualmente conta com o modelo de sete clubes disputando o torneio: seis campeões continentais e o campeão nacional do país-sede. Os representantes da Europa e América do Sul entram na semifinal.
A nova proposta da FIFA, entraria em vigor apenas em 2025 – no período de 2023 – 2024, manteria-se o modelo atual – com 32 times. Gianni Infantino, presidente da entidade, relatou que provavelmente a competição será como “a Copa do Mundo de Seleções”, com duração aproximada de um mês e a frequência da competição seria a cada quatro anos. Segundo informações, a União Europeia de Associação de Futebol (UEFA) só irá aceitar a mudança caso a FIFA separe 12 vagas exclusivas a equipes da Europa. Contudo, o número de clubes por regiões ainda não foi definido.
Aqui existe um ponto da pressão dos europeus. As vagas são atualmente divididas entre América do Norte, América do Sul, África, Europa, Ásia e Oceania, ou seja, seis confederações. Caso a Europa fique com 12 vagas, teríamos 19 vagas para serem distribuídas, visto que sempre o país-sede tem vaga garantida. Ou seja, sobraria em média menos de 4 vagas para cada confederação, o que representa menos de 3 vezes o número de vagas dos europeus.
A imprensa fala que ficaria difícil clubes fora da Europa levantarem a taça por qualidade técnica. Contudo, vemos que não seria apenas uma questão de técnica, mas sim, de proporção de times. O mínimo que deveria ser cobrado é uma proporção igualitária ou por população, com 5 times para cada confederação. Contudo, sabemos que a pressão que ocorre para favorecer os europeus tanto na Copa do Mundo, como poderá acontecer no Mundial de Clubes, caso sejam aprovados 12 clubes para a Europa, é enorme.
Estes fatos mostram parte da farsa da Europa no futebol, que procura, a qualquer custo, favorecer seus clubes que, na realidade, são recheados de jogadores estrangeiros. Caberá à FIFA – um órgão que tende a favorecer o imperialismo – organizar o novo mundial de clubes com a proporção mais democrática possível. Não se pode ter um mini-campeonato europeu dentro do Mundial de Clubes, pois isto levaria a um aumento ainda maior da disparidade entre os clubes, e o novo Mundial deixaria de ser um Mundial.