O Secretário de Defesa norte-americano, Lloyd J. Austin III, e o Ministro da Defesa de “Israel”, Yoav Gallant, encontraram-se na segunda-feira, dia 18 de dezembro, para discutir o futuro do massacre em Gaza. O discurso de Austin abordou a questão da seguinte maneira: “Israel” tem o direito de se defender, porém, segundo as palavras do próprio secretário, proteger os palestinos seria “um dever moral e uma imposição estratégica”.
O suposto direito de “Israel” à defesa é algo que sempre foi defendido pelo imperialismo de maneira cínica. Portanto, a tal “defesa” dos palestinos mostra uma preocupação por parte dos norte-americanos; afinal, se houvesse as condições, eles seriam a favor da continuidade do massacre tal como já está sendo feito.
A real situação é que a ofensiva iniciada em 7 de outubro e o heroico enfrentamento que vem sendo realizado pelas organizações armadas palestinas na Faixa de Gaza abriu uma nova crise no domínio imperialista. O presidente norte-americano Joe Biden colecionando derrota no terreno militar: primeiro, a insurreição do Talibã no Afeganistão em 2021, depois, a operação militar russa na Ucrânia, onde a derrota só falta ser de fato declarada, e, agora, a Casa Branca se vê obrigada a pedir que “Israel” proteja os civis palestinos, uma vez que a opinião pública mundial se volta contra os aliados do sionismo.
Tendo em vista que o próximo ano será de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o governo Biden procura tentar minimizar o desastre, vendo sua popularidade, que sempre foi mantida de maneira artificial, cair, enquanto a de Donald Trump cresce. O principal fator que colabora para o recuo dos imperialistas são as crescentes manifestações populares em favor dos palestinos e as informações da imprensa independente ou de pessoas comuns que denunciam o massacre israelense.
Mesmo com toda a imprensa burguesa mundial e com todo o aparato de repressão e censura atuando a favor do imperialismo e do sionismo, não há como conter o movimento popular e censurar toda informação que denuncia a violência sofrida pelo povo palestino. Dessa maneira, resta aos norte-americanos pedir para que “Israel” diminua o número escandaloso de civis mortos na Faixa de Gaza e Cisjordânia, para quem sabe manter a crise do jeito que está.
Se ao menos houvesse notícias de que as organizações palestinas estivessem sofrendo perdas, o massacre poderia ser justificado pelos norte-americanos. Porém, nem isso é possível. O Hamas e todas as outras organizações armadas que atuam em defesa do povo palestino estão de maneira heroica, provando que é possível derrotar o sionismo e com ele o imperialismo. Duas forças tidas como invencíveis até tempos atrás agora se veem obrigadas a tentar outros meios para a resolução do conflito.