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Imperialismo

EUA intensificam ingerência no conflito Israel-Palestina

O imperialismo norte-americano teme uma generalização do conflito

Ingerência estadunidense na Palestina

Com a bem sucedida operação do Hamas frente ao exército israelense, os EUA viraram sua atenção do eixo europeu, para o mediterrâneo. Logo após os ataques, o porta-aviões USS Gerald R. Ford foi enviado para a costa palestina. Muito se especulou sobre as intenções americanas com esse deslocamento, tendo em vista que um ataque da Marinha Norte-americana à Gaza seria o mesmo que uma convocação para que todas as nações árabes e islâmicas adentrem o conflito palestino.

Mas, a verdadeira razão do deslocamento do porta-aviões tornou-se clara na fala do chefe do Pentágono, o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, quando anunciou na noite de sábado que o USS Dwight D. Eisenhower — que possui nove esquadrões de aeronaves, além de dois destróieres e um cruzador, ambos com mísseis guiados — em breve se juntará ao grupo de porta-aviões USS Gerald R. Ford na região para “impedir ações hostis contra Israel ou quaisquer esforços para ampliar essa guerra após o ataque do Hamas a Israel”.

O real temor do imperialismo norte-americano, desnudado por seu Secretário de Defesa, é a entrada de outros países no conflito, o que mudaria a dinâmica do conflito, colocando em perigo a própria existência do Estado sionista. Afinal, diferente do grupo paramilitar que compõe o braço armado do Hamas, países como Líbano, Egito, Síria e Irã possuem forças armadas profissionais. 

A escalada de um conflito já muito difícil acabaria tornando a vitória de Israel impossível. Olhando por esse ângulo, o envio das embarcações americanas nada mais é que um grande blefe. Pior, se algum dos países árabes “pagarem para ver”, os EUA serão obrigados a adentrar em uma guerra impossível de ser vencida por meios convencionais. Não à toa, os belicistas mais raivosos no Atlântico Norte, vociferam sobre a necessidade de se atacar preventivamente a República Islâmica do Irã.

O buraco no qual os EUA se colocaram ao enviarem a marinha para a costa palestina, contudo, pode ficar muito pior. A Turquia, membro da OTAN desde 1952, possui um histórico apoio à causa palestina, após os ataques do Hamas, o presidente turco se manifestou contra os seguidos abusos de Israel, apesar de condenar a forma como os ataques do grupo palestino foram realizados. Ainda em julho deste ano, o presidente turco, Erdogan, organizou uma reunião entre o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas e o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na tentativa de mediar o conflito entre Fatah e Hamas. 

Até mesmo o histórico aliado americano na região, a Arábia Saudita, responsabiliza a ocupação israelense pela escalada de violência. O príncipe Mohammad bin Salman ​​paralisou a normalização das relações com Israel, além de declarar veementemente o apoio à causa palestina. Em conversa com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, o príncipe saudita disse que “se comunica com todas as partes internacionais e regionais para deter a atual escalada”. E afirmou: “a posição firme do reino de apoio à causa palestina”. A agência estatal iraniana Irna também publicou o teor da conversa, apontando que os dois líderes discutiram “a necessidade de acabar com os crimes de guerra contra a Palestina”.

O que podemos observar, é uma crescente unidade entre diferentes agrupamentos e interesses por todo o mundo islâmico, em especial o Oriente Médio (o que inclui rivais históricos como os sauditas e iranianos), para por fim as agressões perpetradas pelo Estado de Israel. Essa é a grande questão que motiva o deslocamento da Marinha estadunidense, não o Hamas. Estamos assistindo ao desenrolar de eventos com potencial de deflagrar um conflito de escala continental, caso o mundo islâmico tente impedir militarmente o genocídio palestino. 

Por outro lado, China e Rússia se apresentam como mediadores, tendo em vista que tal escalada possui consequências imprevisíveis. Não à toa, o presidente Vladimir Putin destacou a necessidade da criação do Estado Palestino para solucionar o conflito, ao mesmo tempo que mantém relações amigáveis com Israel, país com grande diáspora de judeus eslavos. Não obstante, o conflito, que Putin classifica como “o exemplo do fracasso da política dos EUA para o Oriente Médio”, já ameaça estender as forças imperialistas, facilitando o avanço russo na Ucrânia. A verdade é que, desde as guerras de libertação nacional em meados do século passado, nunca houve uma década com tamanha rebelião dos países de capitalismo atrasado como a que se iniciou em 2021. Por esse motivo, o imperialismo age (e agirá) de forma cada vez mais desesperada, levando o mundo à beira de uma grande conflagração mundial.

Uma das lições depreendidas do conflito palestino, assim como do conflito afegão e ucraniano, é que o imperialismo não mais consegue esmagar a resistência dos países atrasados da maneira que era capaz nos anos de 1990 e 2000. No entanto, por mais enfraquecido que esteja, não abandonará seu posto avançado no Oriente Médio: Israel, peça fundamental da dominação imperialista na região e chaga aberta do povo palestino.

Especial Israel - Análise Internacional com Rui Costa Pimenta e Robinson Farinazzo nº 171 - 14/10/23

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